Depois de enfrentar uma forte oposição de caciques do MDB à sua candidatura à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) contabiliza uma nova baixa: a oficialização do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição, como palanque preferencial do presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Líder absoluto nas pesquisas de intenção de votos, Ibaneis costurou junto ao ex-capitão um palanque que reúne a deputada Celina Leão (Progressistas) como candidata a vice e a ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL) como nome ao Senado.
Com o acordo, dois dos três principais esteios de sustentação do governo Bolsonaro nacionalmente – o terceiro é o Republicanos – marcharão juntos com Ibaneis na disputa pelo Palácio do Buriti e formarão o palanque do presidente na capital do país. A negociação, por óbvio, não reserva nenhum espaço para que Ibaneis dê suporte político à correligionária. Para Ibaneis Rocha, marchar ao lado de duas legendas ligadas ao presidente é eleitoralmente vantajoso porque, em princípio, garante a ele o mínimo de blindagem contra eventuais críticas de Bolsonaro durante sua campanha à reeleição.
No passado recente, ambos tiveram rusgas públicas após o governador ter fechado comércios e escolas durante a pandemia, batendo de frente contra o discurso negacionista do Palácio do Planalto. O episódio, dizem interlocutores de ambos, foi superado, e a nova aliança foi oficializada na terça-feira 19, após encontro de Arruda e Ibaneis com o próprio Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
O pragmatismo político na formação da chapa do governador contrasta com declarações públicas do próprio Ibaneis, que em dezembro no ato de lançamento da pré-candidatura de Simone Tebet ao Planalto, afirmou textualmente que ela era “uma candidata competitiva”, com perspectivas de crescimento, e que a senadora “certamente terá palanque no DF”.