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A dúvida de Lula sobre o ministro Juscelino Filho

Chefe da pasta das Comunicações foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 jul 2024, 22h01
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  • Indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa, o ministro das Comunicações Juscelino Filho tem prazo de validade no governo. Ganhou meses extras no cargo após o presidente Lula ter dito que o auxiliar só perderá o posto se for denunciado pelo Ministério Público, mas a sobrevida do indicado do União Brasil no primeiro escalão pode ser explicada em parte também por uma dúvida recente do petista.

    Em uma conversa com um interlocutor com acesso às investigações que miram Juscelino, Lula quis saber se também havia suspeitas de crimes atribuídos ao ministro durante seu governo. A resposta foi negativa, mas deixou uma porta aberta. “Nesta investigação não”, relatam autoridades que presenciaram o encontro.

    O caso que colocou o auxiliar do presidente no noticiário policial envolve a época em que ele era deputado federal. De acordo com as investigações, Juscelino e a irmã dele, Luanna Rezende, foram beneficiados por repasses de dinheiro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, a Codevasf, para o município de Vitorino Freire, no Maranhão, onde Luanna é prefeita.

    Mensagens em poder da polícia mostram o ministro e o empresário Eduardo José Barros Costa discutindo a destinação de emendas parlamentares a que ele tinha acesso como deputado e a execução de obras específicas. A Controladoria-geral da União (CGU) descobriu que um dos empreendimentos feitos com dinheiro público beneficiou estradas em fazendas do próprio ministro. A PF ainda reuniu indícios de que uma das favorecidas pelos repasses é, na verdade, uma empresa de Juscelino.

    Juscelino Filho destina emendas para a prefeitura da irmã

    Levantamento de VEJA junto a órgãos de controle mostram que Vitorino Freire recebeu 67,49 milhões de reais em emendas parlamentares desde 2019. A maior parte (35,68 milhões de reais) veio de emendas de relator, o antigo orçamento secreto. Os valores globais de emendas ao município o colocam com repasses per capita de 2.188, patamares 460% acima da média nacional.

    O líder individual de envio de dinheiro é o próprio Juscelino Filho, com quase 22 milhões de reais no período. Nas eleições de outubro, Luanna Rezende e o ministro apoiam a candidatura de Ademar Magalhães, conhecido como Fogoió. O tio de Juscelino, o ex-deputado estadual Stênio Rezende, também deve se lançar candidato.

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