No 24º dia após o exército russo iniciar os ataques ao território ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky declarou neste domingo, 20, que está pronto para negociar com o presidente russo, Vladimir Putin. O líder ucraniano, no entanto, fez um alerta. Afirmou que, se qualquer tentativa de negociação falhar, isso poderá significar que a luta entre os dois países acarretará em “uma terceira guerra mundial”.
Em entrevista à rede de televisão CNN, o Zelensky foi enfático: “Estou pronto para negociações com ele. Eu estava pronto nos últimos dois anos. E acho que sem negociações não podemos acabar com esta guerra”, disse o líder ucraniano, que se mantém no país desde o princípio da ofensiva das forças de Vladimir Putin. “Se houver apenas 1% de chance de pararmos essa guerra, acho que precisamos aproveitar essa chance. Precisamos fazer isso. Posso falar sobre o resultado dessas negociações, mas de qualquer forma, estamos perdendo pessoas diariamente, pessoas inocentes no terreno”, acrescentou Zelensky.
Embora o número de mortos no confronto entre a Rússia e a Ucrânia sejam imprecisos devido à dificuldade dos governos e os organismos internacionais contabilizarem as perdas, a Organização das Nações Unidas (ONU) calculou que até o último dia 16 já tinham morrido 726 civis e pelo menos 1 300 soldados ucranianos. De acordo com o governo ucraniano, seriam 2 300 civis ucranianos só em Mariupol, fortemente atacada nas últimas horas pelo exército de Putin, e 498 soldados russos.
Em meio a este cenário desolador, o presidente da Ucrânia ainda declarou: “As forças russas vieram para nos exterminar, para nos matar. E podemos demonstrar que a dignidade de nosso povo e nosso exército que somos capazes de desferir um golpe poderoso, somos capazes de contra-atacar. Mas, infelizmente, nossa dignidade não vai preservar as vidas. Então, eu acho que a gente tem que usar qualquer formato, qualquer chance para ter possibilidade de negociação, possibilidade de falar com Putin. Mas se essas tentativas falharem, isso significaria que esta é uma terceira guerra mundial”.