Durante uma participação por videoconferência no Fórum de Doha, organizado pelo governo do Catar, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado 26, que a Rússia fomenta a corrida armamentista ao destacar a potência do arsenal nuclear que detém. “Os russos se vangloriam do fato de serem capazes de destruir, com armas nucleares, não apenas um país, mas um planeta inteiro”, declarou, em uma mensagem transmitida aos dirigentes presentes no Forum.
Zelensky lembrou que a Ucrânia desmantelou seu arsenal nuclear que detinha nos anos 1990 e, na época, recebeu garantias de segurança “dos países mais poderosos do mundo”, incluindo a própria Rússia. “Um dos países que deveria dar mais garantias de segurança para a Ucrânia está contra a Ucrânia. Este é um dos maiores exemplos de injustiça que pode existir”, afirmou.
Nesta semana, Moscou apontou que uma arma nuclear só seria usada na Ucrânia em caso de uma real ameaça para a existência da Rússia. O presidente americano, Joe Biden, afirmou na última quinta-feira, 24, que a Aliança transatlântica “responderia”, caso o presidente russo, Vladimir Putin, atacasse a Ucrânia com armas químicas.
Zelensky também pediu que os países produtores de energia aumentassem sua produção, para que a Rússia não possa usar os combustíveis para fazer chantagem. “Peço que aumentem a produção de energia para que todos na Rússia entendam que nenhum país pode utilizar a energia como arma e chantagear o mundo”, declarou. O presidente ucraniano afirmou ainda que nenhum país seria poupado de problemas no abastecimento no setor alimentar após a invasão, um dos maiores produtores de cereais do mundo.
O Kremlin acusou os Estados Unidos de desenvolverem um programa de armamento químico e biológico na Ucrânia e afirmou que as declarações de Biden eram para “desviar o foco”. Em Bruxelas, na Bélgica, Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram a criação de um grupo de trabalho para diminuir a dependência da Europa na utilização de combustíveis fósseis russos. A Ucrânia também pede o aumento da pressão econômica contra a Rússia e Belarus, aliado de Moscou.