Em entrevista à agência de notícias Associated Press, publicada nesta quarta-feira, 29, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou o líder chinês, Xi Jinping, para visitar seu país.
“Estamos prontos para vê-lo aqui”, disse Zelensky à AP. “Eu quero falar com ele.”
O presidente ucraniano acrescentou que havia falado com Xi antes da invasão da Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, mas durante mais de um ano de guerra, os dois líderes não tiveram contato.
Mais cedo, Zelensky disse ao jornal Japan News que deu “mensagens diretas”, por meio dos canais diplomáticos, de que queria falar com Xi, mas não obteve resposta.
O chefe de Estado da Ucrânia expressou pela primeira vez seu desejo de conversar com o presidente chinês no final do mês passado, em 24 de fevereiro, quando surgiram os primeiros rumores sobre os planos de Xi de visitar Moscou e encontrar-se com o líder russo, Vladimir Putin. A viagem ocorreu, de fato, na última segunda-feira 20.
Zelensky sugeriu em sua entrevista à AP que a recente ameaça de Putin sobre posicionar armas nucleares táticas em Belarus pretendia desviar a atenção da falta de garantias que o Kremlin recebeu de Pequim.
“O que isso significa? Significa que a visita não foi boa para a Rússia”, argumentou Zelensky.
Pouco depois da reunião de Xi com Putin em Moscou, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que, apesar dos sinais de que a China está considerando aumentar seu apoio militar à Rússia, o país ainda não deu indícios de fazê-lo.
Até agora, a China se recusou a condenar a agressão da Rússia contra a Ucrânia e a anexação ilegal de territórios ucranianos, em desacordo com o direito internacional.
Questionada se Xi aceitaria o convite de Zelensky, ou se um havia recebido um pedido por vias oficiais, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse a repórteres que não tinha informações para dar. Ela acrescentou que Pequim mantém “comunicação com todas as partes envolvidas, incluindo a Ucrânia”.
Em resposta à entrevista de Zelensky, o Kremlin disse que não cabe a Moscou aconselhar o líder chinês sobre se ele deve visitar a Ucrânia ou não.