O presidente da França, Emmanuel Macron, foi criticado por franceses após beber, sem parar, uma garrafa de cerveja no sábado, 17, no vestiário de um clube de rúgbi em Paris. Vencedores da partida contra o La Rochelle, jogadores do time do Toulouse entregaram uma cerveja Corona para o chefe de Estado, que ‘virou’ o conteúdo em apenas 17 segundos.
Sob aplausos da equipe técnica e dos atletas, Macron termina a bebida e coloca, com orgulho, a garrafa vazia em uma bancada. Preferida do falecido ex-presidente direitista Jacques Chirac, a escolha da Corona gerou duas interpretações distintas: como um aceno aos políticos conservadores ou como uma forma de aproximação à população, que tem estado distante do francês desde a controversa aprovação da reforma previdenciária no país.
A confraternização com o clube, no entanto, gerou polêmica. Sandrine Rousseau, parlamentar do Partido Verde, utilizou suas redes sociais para criticar a postura do presidente. “Masculinidade tóxica na liderança política em uma imagem”, escreveu ao citar o vídeo do momento em que Macron bebe a cerveja.
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La masculinité toxique dans le leadership politique en une image. https://t.co/jI6gNWksO5
— Sandrine Rousseau (@sandrousseau) June 18, 2023
Em resposta, Jean-René Cazeneuve, parlamentar do partido de centro de Macron, saiu em defesa do colega: “um presidente que está compartilhando a alegria de 23 jogadores e participando de suas tradições. Só isso”, explicou.
Ainda em março deste ano, o presidente francês também foi criticado por um incidente envolvendo uma cerveja. Durante uma visita a Kinshasa, Capital da República Democrática do Congo, ele foi flagrado bebendo em uma celebração após a conclusão da sua excursão diplomática por quatro países centro-africanos. Na época, a França estava imersa em protestos contra a proposta de mudança na idade de aposentadoria do país, que subiu de 62 para 64 anos. Críticos destacaram, então, que ele estava despreocupado com as demandas da população.
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Antigo defensor do lobby do vinho e do álcool, Macron já havia expressado seu interesse pelos vinhos de regiões francesas, relatando que tomava regularmente taças da bebida no almoço e no jantar. Ele foi contrário, ainda, ao “janeiro seco”, proposta que sugere um mês sem consumo de bebidas alcoólicas.
Em 2018, Macron defendeu que o consumo excessivo de cerveja e de destilados que seria a fonte de perigo para os mais jovens, não a indústria como um todo. Ele ressaltou, além disso, os problemas se saúde provocados “quando os jovens se embriagam em alta velocidade com álcool forte ou cerveja”.