O governo venezuelano repudiou em comunicado divulgado nesta segunda-feira as declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, sobre a Venezuela e afirmou que as palavras usadas pelo americano “reafirmam a política supremacista” da administração de Donald Trump e demonstram uma “falsa preocupação”.
Pompeo disse em discurso na sexta-feira que na Venezuela “há um ditador”, que “paralisa a economia” e que está “matando de fome o seu povo”. Segundo ele, é necessário um Departamento de Estado “forte” que “ajude os milhões de venezuelanos” a escaparem da crise.
Em comunicado da Chancelaria, o governo de Nicolás Maduro expressou seu repúdio às palavras de Pompeo, acusado de manifestar uma “falsa preocupação com a realidade da Venezuela”.
O diplomata americano também é acusado pela Venezuela de ocultar “os perversos efeitos da aplicação das medidas coercitivas unilaterais do seu governo sobre a economia” venezuelana.
“O governo de Donald Trump incorre em erráticas manobras, próprias da arrogância e desespero da política imperialista, ao fracassar várias vezes perante a vontade de um povo livre e independente, como o venezuelano”, acrescenta o texto.
A Chancelaria da Venezuela indicou que as instituições do país “garantem que nenhuma ação externa impeça que os cidadãos, em pleno exercício da sua soberania, decidam democraticamente o seu futuro no dia 20 de maio”, nas eleições presidenciais.
Novas sanções
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, deve anunciar novas sanções contra a Venezuela em discurso na Organização dos Estados Americanos (OEA) ainda nesta segunda, de acordo com um de seus assessores.
O assessor, que falou sob a condição de anonimato, não quis dar detalhes sobre as sanções. Ele acrescentou que Pence também deve pedir, no discurso, o adiamento da eleição, marcada para 20 de maio.
Simulação
No domingo, o governo venezuelano realizou uma simulação da polêmica eleição presidencial. “Ocorreu muito bem. Os relatos são positivos”, comemorou Maduro em uma entrevista coletiva após participar da simulação na escola Simón Rodríguez, localizada no principal complexo militar de Caracas, o Forte Tiuna, que será um dos de 500 centros de votação habilitados por o poder eleitoral neste dia.
Acusado pela oposição de servir ao governo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) convocou a simulação a fim de “dar” aos eleitores o “contato e familiarização com o sistema de votação”, segundo uma mensagem divulgada pelo órgão nas redes sociais. Haverá 14.500 centros no dia das eleições, para receber 20,5 milhões convocados para votar.
(Com EFE, AFP e Reuters)