Quatro governadores da oposição, eleitos no dia 15 de outubro passado na Venezuela, prestaram juramento nesta segunda-feira à Assembleia Constituinte, cedendo à exigência do governo. Na semana passada eles haviam se recusado a ser empossados pelo órgão, que consideram inconstitucional.
“Governadores eleitos da Ação Democrática prestaram juramento e se subordinaram à @ANC_ve”, assinalou a Constituinte em sua conta no Twitter, junto a uma foto na qual aparecem os quatro diante de Delcy Rodríguez, que preside o organismo.
Os governadores são Antonio Barreto Sira, do Estado de Anzoátegui, Ramón Guevara, de Mérida, Laidy Gómez, de Táchira, e Alfredo Díaz, de Nueva Esparta. Todos eles são integrantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
O quinto governador da MUD eleito em 15 de outubro, Juan Pablo Guanipa, ainda se recusa a prestar juramento à Constituinte. O político foi eleito no Estado de Zulia e afirmou que não se submeterá ao poder dos constituintes “usurpadores”.
A cerimônia de posse oficial aconteceu no dia 18 de outubro, mas sem a presença dos cinco governadores. O presidente Nicolás Maduro afirmou que se os políticos não se apresentassem à Constituinte não poderiam assumir seus cargos, o que pode ter mudado a posição dos opositores.
Segundo a lei, os governadores devem ser empossados ante os conselhos legislativos regionais, mas, com a implementação da Assembleia Constituinte e a absorção de quase todos os poderes nacionais pelo órgão, tudo mudou.
Fraudes
Os resultados das eleições para governador na Venezuela foram questionados pela MUD e pelos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e doze países da América Latina. Todos pedem a realização de uma auditoria independente, já que consideram que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) serve ao governo.
O partido do presidente de Maduro ganhou dezoito dos 23 governos estaduais na votação, ainda que a oposição aparecesse como favorita em muitas das pesquisas. A MUD denunciou uma série de irregularidades no processo, como o uso de cédulas confusas e a realocação de última hora de zonas eleitorais onde o voto opositor era maioria.
(Com AFP)