A PDVSA, empresa estatal de petróleo da Venezuela, começou a usar navios-tanque que navegam fora do radar para conseguir abastecer Cuba, seu aliado político, segundo documentos e informações de serviços de monitoramento revelados pela agência de notícias Reuters nesta terça-feira, 25. As embarcações também enviam sinais de localização falsos para driblar sanções impostas pelos Estados Unidos.
Recentemente, a frota de navios estatais que cobriam a rota utilizada há mais de uma década para o abastecimento da ilha comunista diminuíram. Além disso, devido à manutenção atrasada das embarcações, algumas foram retiradas do serviço. E atualmente, uma grande parte dos navios petroleiros venezuelanos e cubanos estão sob o bloqueio econômico americano, limitando suas viagens.
Por isso, os novos navios da Venezuela navegam fora do radar, sendo operados por terceiros, e enviam sinais de localização falsos para disfarçar que o trajeto. Segundo os documentos obtidos pela Reuters, a PDVSA começou a levar as cargas de petróleo bruto e óleo combustíveis para águas cubanas em junho.
Ao chegarem no porto, os navios falsificam seu sinal para não serem localizados quando entregam o produto. Muitas vezes, esse trabalho é feito por meio de transferência de carregamentos entre navios. Em seguida, eles partem para destinos na Ásia para transportar o restante do petróleo.
Por exemplo, na semana passada, um navio-tanque Neptune 6 com a bandeira do Panamá foi visto perto da baía de Nipe, em Cuba, transferindo petróleo bruto e óleo combustível venezuelano para o navio cubano Esperanza. No entanto, o sinal da frota comunicava uma localização diferente, ao norte do país, desde maio.
As frotas extras ajudaram a aumentar o fornecimento do petróleo da Venezuela a Cuba, que até este ano foi de 27 mil barris por dia.
Eletricidade
A ajuda por debaixo dos panos surge em um momento que o país enfrenta um grande problema de escassez de eletricidade produzida com combustíveis fósseis.
Recentemente, a ilha vem sofrendo com apagões rotineiros, alguns com durações de mais de 13 horas. Em março, o governo cubano desligou cerca de 75% da iluminação pública para evitar que todos ficassem sem luz por horas.
Desde o incêndio que destruiu as instalações de armazenamento petrolífero em Mantazas, em 2022, a ilha não conseguiu recuperar totalmente sua capacidade armazenar petróleo.