A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou nesta terça-feira que seu país deixará a Organização de Estados Americanos (OEA) caso a instituição realize uma nova reunião de ministros para avaliar a crise no país sem o aval dos venezuelanos.
“Se ocorrer alguma reunião de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) sem o aval e o consentimento do governo da Venezuela, tenho a instrução (do presidente Nicolás Maduro) de iniciar o procedimento de saída da Venezuela”, disse Rodríguez ao canal estatal VTV.
“Não vamos seguir permitindo violações à legalidade, violações à institucionalidade e arbitrariedades”, disse Rodríguez, que acusa o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, de promover “um plano de intervenção e tutela” com o apoio dos Estados Unidos.
A OEA avaliará a possibilidade de convocar uma reunião de chanceleres sobre a crise na Venezuela durante uma sessão extraordinária de seu Conselho Permanente nesta quarta-feira. A sessão, a quinta na OEA sobre a Venezuela em um mês, foi solicitada por 16 de seus 34 membros que, “considerando a crescente preocupação” continental sobre esse país, buscam elevar o debate a nível ministerial.
A petição foi apresentada por Argentina, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Jamaica, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, que lhe atribuem “caráter urgente e de interesse comum”.
A grande maioria desses países apoiou em 3 de abril uma resolução do Conselho Permanente que declarou uma “grave alteração inconstitucional” na Venezuela, baseados na Carta Democrática Interamericana, um documento da OEA de vigilância da democracia no continente.
(Com AFP)