Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Vaticano e China fazem acordo sobre nomeação de bispos

Trata-se de um acordo histórico entre dois Estados, que não têm relações diplomáticas desde 1951

Por Redação
Atualizado em 22 set 2018, 10h11 - Publicado em 22 set 2018, 09h39
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Vaticano e a China assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, principal motivo de conflito entre ambas as partes, de acordo com um comunicado divulgado pela Santa Sé neste sábado (22).

    Trata-se de um acordo histórico entre dois Estados, que não têm relações diplomáticas desde 1951.

    O Vaticano afirmou que o acordo “é resultado de um enfoque gradual e recíproco, estipulado depois de um longo processo de negociações ponderadas e com a previsão de avaliações periódicas sobre sua implementação”.

    A Santa Sé explicou que o acerto provisório foi assinado neste sábado em reunião realizada em Pequim pelo subsecretário de Relações da Santa Sé com os Estados, Antoine Camilleri, e o vice-ministro das Relações Exteriores da República Popular de China, Wang Chao.

    O acordo, informou o Vaticano, “trata sobre a nomeação de bispos, um assunto de grande importância para a vida da Igreja (católica), e cria as condições para uma parceria mais ampla em nível bilateral”.

    Ambas as partes compartilham a vontade de que “este acordo fomente um processo de diálogo institucional frutífero e contribua positivamente para a vida da Igreja Católica na China, para o bem do povo chinês e para a paz no mundo”, conclui a nota.

    Continua após a publicidade

    O diretor do escritório de imprensa da Santa Sé, Greg Burke, explicou em breves declarações que “este não é o final do processo, mas o início”.

    “O objetivo do acordo não é político, mas pastoral, permitindo aos fiéis ter bispos que estejam em comunhão com Roma, mas ao mesmo tempo reconhecidos pelas autoridades chinesas”, acrescentou.

    Os laços diplomáticos entre China e o Vaticano são oficialmente inexistentes desde 1951 pelas excomunhões por parte de Pio XII de dois bispos designados por Pequim, ao qual as autoridades chinesas responderam com a expulsão do núncio apostólico, que se assentou na ilha de Taiwan. A China não reconhece o papa católico.

    Há décadas, as duas partes se enfrentam por conta da nomeação dos bispos. Em 1957, o governo comunista criou a Igreja Católica Patriótica para administrar a igreja no país mais populoso do mundo.

    Continua após a publicidade

    Isso levou os fiéis a terem de escolher entre seguir a Igreja “patriótica”, com bispos nomeados pelas autoridades comunistas, ou a “clandestina”, com templos leais à Santa Sé.

    Pequim insistiu que tem o direito de ordenar seus próprios bispos, desafiando um Vaticano que sustenta que as ordenações podem ser feitas apenas com a bênção do papa.

    Papa Francisco

    No entanto, as tentativas de criar relações bilaterais entre China e Vaticano foram retomadas desde o pontificado de Francisco e ambas as partes manifestaram em diversas ocasiões vontade de melhorar seus laços.

    No início do ano, uma fonte ligada às negociações relatou que acordo incluiria o reconhecimento por parte do Vaticano dos sete bispos escolhidos por Pequim e que nunca foram aceitos pela Santa Sé.

    Continua após a publicidade

    Depois do anúncio da assinatura, neste sábado, o Vaticano confirmou em comunicado que o papa Francisco decidiu reconhecer os sete bispos nomeados sem seu consentimento.

    Em troca desse gesto, Pequim reconheceria a autoridade do papa na Igreja Católica na China, segundo The Wall Street Journal.

    Um diplomata do Vaticano pediu a dois bispos chineses da Igreja “clandestina”, reconhecidos pelo papa, que renunciassem a favor de prelados nomeados por Pequim, entre eles um excomungado pela Santa Sé em 2011.

    Taiwan

    Após o anúncio do acordo sobre as nomeações, Taiwan garantiu neste sábado (22) que este acordo não fará Taipé perder seu único aliado diplomático na Europa.

    Continua após a publicidade

    O ministério taiwanês das Relações Exteriores disse esperar que o novo acerto abra caminho para as liberdades religiosas na China mas também manifestou sua expectativa de que a Santa Sé se assegure de que os católicos do continente “receberão a devida proteção e não estarão sujeitos à repressão”.

    (com EFE e AFP)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.