A variante Ômicron do coronavírus já estava circulando pela Europa há pelo menos onze dias, antes mesmo de a África do Sul alertar sobre a descoberta da cepa que está gerando preocupação em todo o mundo.
Segundo as autoridades de saúde da Holanda, a variante foi identificada em dois testes realizados no país em 19 e 23 de novembro. A descoberta e classificação da nova cepa só foi anunciada oficialmente pela África do Sul em 26 de novembro.
Ainda não está claro, porém, se os indivíduos diagnosticados com a variante estiveram no sul da África, onde a cepa foi detectada inicialmente. Os testes foram realizados no aeroporto internacional de Amsterdã.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que os riscos globais proporcionados pela nova cepa são “muito elevados” e pediu todos os governos para acelerarem a vacinação contra a Covid-19 e reforçarem as medidas de vigilância para possíveis surtos.
O último relatório técnico da organização, publicado na segunda-feira 29, diz que o risco de transmissão é “elevado” dada a velocidade com a qual a variante desenvolve novas mutações potencialmente mais resistentes à vacina e mais contagiosas, o que torna necessário intensificar as estratégias de prevenção.
Na última sexta-feira 26, 624 passageiros que estavam em dois voos vindos da África do Sul foram submetidos a testes de detecção do novo coronavírus no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã. Destes, 64 resultados foram positivos. A análise das amostras indicou que, em 14 dos casos, a infecção era causada pela variante Ômicron.
No mesmo dia, o governo da Holanda decretou a proibição do tráfico aéreo com diversos países do sul do continente africano. Além disso, foi solicitado que cerca de 5.000 passageiros que chegaram de África do Sul, Botsuana, Lesoto, Moçambique, Namíbia, Suazilândia e Zimbábue, realizassem testes, independente de apresentarem sintomas da Covid-19 ou estarem vacinados.
Dezenas de outros países também proibiram voos de países do sul da África para tentar evitar a dispersão da variante. O governo da África do Sul se queixou das medidas e acusou as nações do hemisfério norte de agirem de forma precipitada.