O governo ucraniano anunciou nesta terça-feira, 7, que as últimas 24 horas da guerra contra a Rússia foram as mais mortais para as tropas russas desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. Moscou também afirmou ter matado um grande número de soldados ucranianos nas últimas semanas.
O registro de mortes na guerra de ambos os lados não tem sido confiável e Kiev não tem fornecido muitos detalhes sobre as últimas batalhas recentemente. Porém, a informação se encaixa na descrição de ambos os países de que a guerra estaria se intensificando nos campos nevados ucranianos.
Kiev afirma que o número de soldados russos mortos aumentou em 1.030 durante a noite, chegando ao total de 133.190, o maior aumento da guerra até o momento em um único dia. De acordo com autoridades russas, por sua vez, 6.500 ucranianos foram mortos durante o mês de janeiro.
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Depois de falhar em dominar Kiev, os russos estão tentando recuperar perdas sofridas no segundo semestre de 2022. Enquanto isso, a Ucrânia aguarda a chegada dos tanques prometidos pelas nações ocidentais para montar uma contraofensiva. Kiev e o Ocidente afirmam que a Rússia está enviando grupos de mercenários para dominar o leste ucraniano.
Nas últimas semanas, a Rússia tem conquistado os primeiros ganhos em meio ano, mas ainda não conseguiu conquistar Bakhmut, na província de Donetsk, que tinha uma população pré-guerra de 75.000 habitantes. Moscou está avançando no cerco à cidade e dominou territórios importantes tanto ao norte quanto ao sul da área, mas Kiev afirma que a região está se mantendo firme no domínio das tropas de resistência da Ucrânia.
Além disso, tropas russas também atacaram Vuhledar, uma cidade mais ao sul controlada pelos ucranianos. A região tem o terreno elevado e se localiza em uma interseção estratégica entre as linhas de frente leste e sul.
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Em meio aos avanços russos, existe a expectativa ucraniana pela chegada dos tanques ocidentais, mas eles ainda vão demorar meses para entrar no campo de batalha. A perspectiva de Moscou é de que o armamento ocidental fornecido só é responsável por aumentar e estender a guerra.
“Os EUA e seus aliados estão tentando prolongar o conflito o máximo possível”, disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em uma teleconferência com oficiais militares. “Para fazer isso, eles começaram a fornecer armas ofensivas pesadas, incitando abertamente a Ucrânia a tomar nossos territórios. Na verdade, essas medidas estão arrastando os países da Otan para o conflito e podem levar a um nível imprevisível de escalada”, acrescentou.
Os territórios russos citados por Shoigu são quatro províncias ucranianas que a Rússia alegou ter anexado em 2022, bem como a Crimeia, que tomou da Ucrânia em 2014. É esperado que os tanques ocidentais forneçam a capacidade de atingir as linhas de abastecimento russas em todo o território ocupado no continente ucraniano e partes da península da Crimeia.
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O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou em um comunicado de que a Rússia não teve tantos ganhos na província de Donetsk porque as tropas russas “carecem de munições e unidades de manobra necessárias para uma ofensiva bem-sucedida”. Em seguida, descartou a possibilidade de um avanço considerável nas próximas semanas.
“Os líderes russos provavelmente continuarão a exigir avanços abrangentes. Permanece improvável que a Rússia possa reunir as forças necessárias para afetar substancialmente o resultado da guerra nas próximas semanas”, afirmou o Ministério da Defesa britânico.
Além da invasão, a Ucrânia ainda lida com uma reformulação nas lideranças do país. Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, disse que as mudanças iriam fortalecer o desempenho ucraniano na guerra. Entre os nomes a serem substituídos estaria o do ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, mas Kiev afirmou que nenhuma mudança vai ser feita nesta semana.