A Rússia lançou 60 ataques aéreos nas últimas 24 horas, disseram militares ucranianos nesta quarta-feira, 19, enquanto combates ferozes persistem no leste da Ucrânia, especialmente dentro e ao redor da cidade sitiada de Bakhmut, no leste do país.
“No dia anterior, o inimigo lançou quatro mísseis e 60 ataques aéreos, realizou 58 disparos de MLRS [Sistema de foguete de lançamento múltiplo, um veículo blindado e autopropulsado de lançamento de foguetes]; civis também ficaram feridos”, disse o Estado-Maior do exército ucraniano em uma atualização na manhã desta quarta-feira.
O comunicado acrescentou que unidades das Forças de Defesa da Ucrânia repeliram mais de 60 ataques russos em áreas no front de batalha nas últimas 24 horas.
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Ainda segundo os militares ucranianos, a Rússia adotou uma posição defensiva na região de Zaporizhzhia e nas áreas de mineração na região ocupada de Kherson.
Também nesta quarta-feira, 19, a Alemanha entregou um sistema de defesa antimísseis Patriot para a Ucrânia. Veio a calhar: Kiev lida com estoques de munição esgotados em uma guerra de desgaste contra as forças russas. Segundo analistas, os ataques constantes de Moscou servem, também, para consumir munição ucraniana.
O Patriot, altamente eficaz na interceptação de mísseis balísticos e de cruzeiro, é amplamente visto como um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do mundo.
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A Alemanha e os Estados Unidos prometeram enviar o sistema defensivo em dezembro passado, após repetidos pedidos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. A Holanda também expressou sua “intenção” de fornecer o Patriot ao país em guerra.
Enquanto isso, um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CEEI) revelou, nesta quarta-feira, que as forças armadas russas estão em declínio devido à escassez de artefatos bélicos e armas, que tem raiz nas sanções ocidentais. Segundo o levantamento de dados, as perdas militares russas chegam a quase 10.000 unidades de equipamentos essenciais, como tanques, caminhões, peças de artilharia e drones aéreos.
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O CEEI diz que Moscou perdeu entre 1.845 e 3.511 tanques em um ano de guerra, incluindo seu mais novo e atualizado tanque principal de batalha T-72B3, entregue pela primeira vez em 2013.
O documento alerta, contudo, que a Rússia ainda pode ter poder de fogo suficiente para prolongar a guerra na Ucrânia, usando estoques da era da Guerra Fria, bem como outros ainda mais antigos, nas linhas de frente para compensar as perdas. Isso porque os russos não tem recursos para construir novos, já que as sanções ocidentais bloqueiam a obtenção de peças e ferramentas necessárias.