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Ucrânia diz que ao menos 137 pessoas morreram durante invasão

Forças russas invadiram país vizinho nesta quinta-feira, concretizando maior ataque de um Estado contra o outro na Europa desde a II Guerra Mundial

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 fev 2022, 22h24 - Publicado em 24 fev 2022, 07h57
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  • Forças russas invadiram a Ucrânia por terra, mar e ar nesta quinta-feira, 24, concretizando os temores do Ocidente com o maior ataque de um Estado contra o outro na Europa desde a II Guerra Mundial. Mísseis russos foram lançados contra cidades ucranianas e Kiev relatou tropas entrando em suas fronteiras nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk, e chegando via mar nas cidades portuárias de Odessa e Mariupol, ao sul do país.

    Em pronunciamento,  o presidente ucraniano afirmou que o ataque russo mirou a “infraestrutura militar do país”. Zelensky ressaltou que já há baixas entre os russos, citando falas de autoridades militares de que ao menos cinquenta combatentes russos foram mortos na região de Luhansk.

    Entre os ucranianos, ao menos 137 pessoas morreram e 316 ficaram feridas após ataques, de acordo dados preliminares apresentados por Zelensky.

    Segundo Oleksiy Arestovych, assessor da Presidência, além das mortes militares, “no momento, há algumas mortes de civis”.

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    Além disso, quatro tanques russos teriam sido destruídos em uma estrada perto de Kharkiv e seis aviões derrubados.

    A Rússia nega os relatos de que seus veículos blindados e aeronaves foram destruídos. Do outro lado, separatistas pró-Rússia afirmam ter derrubado dois aviões ucranianos.

    Segundo o site de notícias Ukrainska Pravda, citando fontes do Ministério do Interior ucraniano, os centros de comando militares da Ucrânia em Kiev e em Kharkiv foram alvo de ataque de mísseis.

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    “Putin acaba de ordenar uma invasão em grande escala à Ucrânia. Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque”, disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, nas redes sociais.

    De acordo com o presidente russo, Vladimir Putin, a operação militar teria objetivo de proteger as pessoas de “abusos e genocídio” por parte do governo ucraniano.

    “As repúblicas populares de Donbas abordaram a Rússia com um pedido de ajuda (…) Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo é proteger as pessoas que são submetidas a abusos, genocídio de Kiev durante oito anos, e para isso buscaremos desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e levar à justiça aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra pessoas pacíficas, incluindo cidadãos russos”, disse Putin em um discurso na televisão.

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    Em comunicado, o Ministério da Defesa russo garantiu que as Forças Armadas não estão atacando a população civil de cidades ucranianas. O texto argumenta que armas de alta precisão estão sendo usadas contra infraestruturas militares ucranianas, baterias antiaéreas e bases aéreas.

    “Segundo dados da inteligência, unidades e militares das Forças Armadas ucranianas estão abandonando massivamente suas posições”, afirma o comunicado, que destaca que os locais onde os militares ucranianos entregaram as armas não estão sob ataque.

    Ele acrescentou que as declarações do lado ucraniano sobre as perdas de aeronaves e veículos blindados causadas pela Rússia são uma “completa mentira”.

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    Putin também dirigiu-se diretamente aos militares ucranianos e pediu-lhes que “depusessem imediatamente as armas e voltassem para suas casas”.

    “Todos, todos os militares do exército ucraniano podem deixar a zona de combate e voltar para suas famílias”, declarou.

    O ataque teve início um dia após Moscou declarar que as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Luhask haviam pedido ajuda para repelir agressões de Kiev.

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    As duas regiões pró-Moscou, que formam a região de Donbas, tiveram independência reconhecida na segunda-feira pela Rússia. Poucas horas depois, Putin anunciou a publicação de um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” para as repúblicas autoproclamadas. 

    Apesar de represálias, incluindo na forma de sanções econômicas, o governo russo já vinha aproveitando o momento para colocar ainda mais  pressão sobre a Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente. 

    Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

    A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

    Em fala na terça-feira, Putin também fez menção também aos Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. Segundo ele, não há mais nada para ser cumprido e culpa o governo da Ucrânia pelo fracasso do acordo. 

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