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Ucrânia captura petroleiro russo, e Moscou ameaça retaliar

Cargueiro é suspeito de envolvimento na apreensão de três navios da Marinha ucraniana no Estreito de Kertch há oito meses

Por Da Redação
25 jul 2019, 18h25
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  • A Ucrânia anunciou nesta quinta-feira, 25, a apreensão do cargueiro Nika Spirit, de bandeira russa, no porto de Izmail. Segundo as autoridades, a embarcação é suspeita de envolvimento na captura de três navios militares ucranianos pelas forças de segurança russas em 2018. Moscou alertou que estuda a situação para tomar “as medidas adequadas”.

    No comunicado publicado nas redes sociais, o Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) disse que os proprietários do navio alteraram seu nome de “Neyma” para “Nika Spirit” com o objetivo de “esconder seu envolvimento nesse ato de agressão”. Na ocasião, a embarcação teria bloqueado a passagem da Marinha ucraniana no Estreito de Kertch, facilitando a captura dos três barcos pelos russos.

    O SBU informou que o cargueiro russo foi apreendido ao atracar no porto de Izmail. De início, Kiev e Moscou não apresentarem mais informações, mas a agência de notícias Interfax, citando uma fonte ligada ao caso, afirmou que “cerca de 15 membros da tripulação”, todos russos, estariam a bordo.

    As forças ucranianas embarcaram no cargueiro e o revistaram, recolhendo documentos e interrogando os membros da tripulação, informa a nota da SBU.

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    Após as declarações do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que disse que o caso pode ser considerado uma “violação grosseira do Direito Internacional” e que avaliaria a situação para tomar “as medidas adequadas”, o governo ucraniano libertou os marinheiros. Eles já estão a caminho de casa, segundo o porta-voz da embaixada russa em Kiev.

    A imprensa local informa que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, aprovou a operação no dia anterior. Zelensky, que conseguiu construir uma base majoritária de apoio no Parlamento, tem como uma de suas promessas de campanha apaziguar a situação com os russos e se aproximar da União Europeia.

    Antecedentes

    No final de novembro, as autoridades russas apreenderam três navios de guerra ucranianos que tentavam ingressar no Mar de Azov pelo estreito de Kertch, que o separa do mar Negro. Desde então, 24 marinheiros ucranianos são mantidos presos na Rússia.

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    Em maio, o tribunal marítimo internacional de Hamburgo, na Alemanha, pediu a Moscou que solte “imediatamente” os militares. O Kremlin rejeitou a decisão, avaliando que essa corte não era competente para tomar atitude.

    Enquanto Kiev e Moscou negociam sua eventual libertação, o novo presidente ucraniano, o ex-comediante Volodymyr Zelensky, pediu no fim de junho ao presidente russo, Vladimir Putin, que solte os marinheiros. Em meados de julho, a Justiça russa voltou a prolongar a detenção deles por três meses.

    As relações entre Ucrânia e Rússia estão sob forte tensão desde a chegada dos pró-ocidentais ao poder em Kiev, em 2014. Agravou-se com a anexação da Crimeia e com um conflito com separatistas pró-russos no leste ucraniano. Esses confrontos já deixaram quase 13 mil mortos em cinco anos.

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