Pela primeira vez desde o início da guerra, em 2022, a Ucrânia atacou a Rússia com mísseis Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal britânico The Guardian. O ataque, que teria ocorrido nesta quarta-feira, 20, segue a utilização, também pela primeira vez, de mísseis ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, para atingir alvos russos na região de Bryansk.
Moscou considera o uso de armamentos ocidentais dentro de seu território uma provocação grave, interpretando-o como um envolvimento direto da Otan, a principal aliança militar ocidental, no conflito.
O Reino Unido aprovou o uso de seus mísseis em território russo após o presidente dos EUA, Joe Biden, ter autorizado a utilização dos mísseis americanos. A decisão de liberar o emprego desses armamentos foi impulsionada pelo recente aumento da presença militar na fronteira russa com a Ucrânia, incluindo o envio de mais de 10 mil soldados norte-coreanos para a região.
Os britânicos Storm Shadow são mísseis de cruzeiro de longo alcance (cerca de 250 km), projetados para atacar com precisão alvos estratégicos, como bunkers e depósitos de munição. Até agora, esses mísseis haviam sido usados em ataques contra posições russas na Crimeia, incluindo o quartel-general naval da frota russa no Mar Negro.
De acordo com vídeos compartilhados nas redes sociais e divulgados por fontes pró-Rússia, vistos pelo The Guardian, até 12 mísseis Storm Shadow teriam atingido um alvo na vila de Maryno, onde estaria um centro de comando russo. A mídia ucraniana especula que o local poderia ser utilizado por oficiais norte-coreanos e russos.
Embora o governo britânico ainda não tenha confirmado oficialmente o ataque, o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, mencionou a intensificação das ações militares da Ucrânia, apontando mudanças nas estratégias e na retórica do país.