O CEO do Twitter, Jack Dorsey, postou em seu perfil nesta quarta-feira, 30, que a plataforma irá banir toda propaganda política, em resposta às crescentes críticas sobre a disseminação de fake news por políticos nas redes sociais. A medida estará vigente nas eleições municipais do Brasil em 2020.
“Nós tomamos a decisão de barrar toda propaganda política no Twitter globalmente. Acreditamos que o alcance de uma mensagem política deve ser merecido, e não comprado”, escreve Dorsey, que passa a listar os motivos da decisão em um encadeamento (ou “thread”, no linguajar da plataforma) de tuítes.
We’ve made the decision to stop all political advertising on Twitter globally. We believe political message reach should be earned, not bought. Why? A few reasons…🧵
— jack 🌍🌏🌎 (@jack) October 30, 2019
Dentre as razões para decisão radical do Twitter está o poder das redes sociais que, segundo o CEO, pode ser usado na política para influenciar votos e afetar a vida de milhões de pessoas. Ele destaca os desafios ao discurso cívico gerados por informações enganosas não verificadas e pelas deep-fakes.
“Não se trata de liberdade de expressão. Trata-se de pagar pelo alcance. E pagar para aumentar o alcance do discurso político tem ramificações significativas com as quais a infraestrutura democrática de hoje pode não estar preparada para lidar. Vale a pena dar um passo atrás para resolver”, conclui Dorsey no tuíte final da thread.
O ex-agente da CIA e ativista contra fake news, Edward Snowden, já parabenizou Dorsey pela declaração. Esse analista de sistemas tornou público os detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global da Agência de Segurança Nacional americana.
Wow. Big move by @jack, and a bigger contrast to @Facebook‘s increasingly problematic policy positions. https://t.co/nm9rckaKHc
— Edward Snowden (@Snowden) October 30, 2019
A política final do Twitter será divulgada no dia 15 de novembro, e entra em vigor no dia 22.