A Casa Branca confirmou, nesta segunda-feira, 22, que o presidente Donald Trump assinará uma ordem executiva suspendendo temporariamente a concessão de vistos de trabalho. A medida vai impedir que mais de meio milhão de estrangeiros entrem nos Estados Unidos, em esforços para restringir ainda mais a imigração durante a crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus.
De acordo com o jornal americano The New York Times, as restrições impactam os vistos H-1B, para trabalhadores altamente qualificados, entre outras categorias de vistos. Ficam isentos os profissionais de saúde e trabalhadores agrícolas.
Em abril, o governo Trump já havia suspendido a concessão de green cards por 60 dias para estrangeiros que queriam morar nos Estados Unidos. Em conjunto, ambas as medidas devem barrar a entrada de ao menos 525.000 imigrantes no país até o final do ano.
O projeto anunciado nesta segunda-feira estende a proibição do green card, além de suspender a emissão de muitos vistos para trabalhadores. As novas regras para os vistos devem ficar em vigor até o final do ano.
Diversas empresas e comércios criticaram a ação, dizendo que uma suspensão de vistos interfere no recrutamento de trabalhadores estrangeiros essenciais para postos que americanos não podem ou não querem realizar.
A administração procura tornar permanentes as restritivas condições para a entrada no país, adotadas junto ao fechamento de fronteiras no início da pandemia. Segundo o Times, o responsável pelas políticas migratórias restritivas do governo Trump, Stephen Miller, argumenta há meses que imigrantes prejudicam as perspectivas de emprego para os americanos – principalmente devido ao coronavírus.
Nos últimos três meses, mais de 45 milhões de pessoas se declararam desempregadas, pois as medidas de contenção contra a pandemia obrigaram empresas a fechar suas portas e os consumidores a ficar em casa.
Autoridades do governo também afirmaram que o presidente deve aprovar novas regras para alterar permanentemente os vistos de trabalhadores no futuro, para que as ofertas de emprego estrangeiras sejam destinadas a trabalhadores mais bem pagos e altamente qualificados que competirão menos com os americanos.