O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se ofereceu neste domingo para mediar as disputas sobre o Mar do Sul da China. “Eu sou um excelente mediador e árbitro”, o chefe da Casa Branca, durante entrevista coletiva com o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang, em Hanói, antes de voar para as Filipinas, onde participará da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), último trecho de seu giro pelo continente asiático.
Aliados dos Estados Unidos na região defendem uma presença militar norte-americana ativa nas águas em disputa como contrapeso para as ações cada vez mais assertivas da China, que construiu ilhas artificiais equipadas com instalações militares.
China, Filipinas, Vietnã e outros três governos mantêm reivindicações sobre territórios no Mar do Sul da China. O presidente filipino Rodrigo Duterte disse que seu par chinês, Xi Jinping, assegurou que as intenções do gigante asiático são pacíficas. “Ele reconheceu que a guerra não pode ser promovida por ninguém, pois resultaria apenas em destruição para todos nós”, comentou o chefe de Governo das Filipinas sobre a conversa que teve com Jinping durante um encontro no Vietnã.
A inesperada proposta de Trump de mediar essa controvérsia de décadas corre o risco de ser rejeitada pela China. Em repetidas ocasiões, Pequim declarou que os Estados Unidos não têm um papel em questões consideradas como bilaterais pelos chineses, que reivindicam a quase totalidade desse estratégico mar, pelo qual transita anualmente o equivalente a cinco bilhões de dólares em comércio. Também se especula sobre a existência de vastas reservas de petróleo e de gás.
A crise com a Coreia do Norte e o terrorismo do Estado Islâmico devem ser alguns dos assuntos discutidos por Trump ao longo dos dois dias de Asean. Outro item na agenda do chefe da Casa Branca é um encontro com Duterte, aguardado pelo potencial retórico explosivo dos envolvidos. O anfitrião da cúpula, contudo, descartou a hipótese do convidado americano criticar os supostos abusos de sua ‘guerra contra as drogas’, que deixou mais de 7.000 mortos no país.
Trump, disse Duterte a jornalistas, “não pode se permitir atribuir a mim assassinatos extrajudiciais no marco da campanha antidroga”. “Não falaremos destas coisas porque, em primeiro lugar, não são certas; e segundo, nós não a fazemos”, explicou o líder filipino, que justificou a retórica dura contra os traficantes de droga motivada pela “fúria no meu coração por eles tratarem os filipinos como lixo”.
(Com agências internacionais)