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Trump pode cancelar reunião com Putin no G20 por conflito com Ucrânia

Em meio ao aumento da tensão entre Moscou e Kiev, russos instalarão nova divisão de mísseis antiaéreos na Crimeia

Por Da Redação
Atualizado em 28 nov 2018, 18h36 - Publicado em 28 nov 2018, 09h55
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  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira 27 que pode cancelar a reunião marcada com o presidente russo Vladimir Putin na reunião de cúpula do G20 devido ao embate marítimo entre Rússia e Ucrânia no fim de semana.

    Em uma entrevista ao jornal The Washington Post, Trump disse que estava aguardando um “relatório completo” de sua equipe de segurança nacional sobre a captura de três navios da Marinha ucraniana e seus tripulantes pela Rússia no último domingo, 25.

    “Isso será muito determinante”, disse Trump ao Post. “Talvez eu não tenha a reunião. Talvez eu nem sequer tenha a reunião… Eu não gosto dessa agressão. Eu não quero essa agressão”, disse.

    Trump tem um encontro previsto com Putin nos bastidores da reunião de cúpula do G20, que acontece em Buenos Aires, na Argentina, nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro. Esta será a primeira reunião do grupo sediada em uma cidade da América do Sul.

    A reunião Trump-Putin cobrirá questões de segurança, controle de armas e conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.

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    Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, os preparativos para o encontro continuam, apesar da declaração do líder americano. “A reunião foi marcada. Não temos outras informações de nossos colegas americanos”, disse à imprensa.

    “Se ele classifica de agressão as ações dos navios militares ucranianos, é uma coisa. Podemos discutir se foi ou não. Mas se ele se refere à atuação da guarda costeira russa para impedir a tentativa de violação da fronteira, é outra. E não estamos de acordo com isso”, afirmou Peskov.

    A Rússia capturou três navios da Marinha ucraniana que entraram no Estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, perto da Crimeia, no domingo. O Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB) russo acusa as embarcações de violarem suas águas territoriais.

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    Moscou admitiu ter feito uso da força para deter os barcos durante o confronto marítimo, deixando três ucranianos feridos. A Justiça russa também decretou a prisão preventiva de dois dos 24 marinheiros capturados no navio. O restante dos marinheiros deve ser julgado nos próximos dias.

    Aumento na tensão

    Em resposta ao ocorrido, a Rússia também decidiu instalar uma nova divisão de mísseis antiaéreos S-400 na península da Crimeia.

    Segundo afirmou nesta quarta-feira, 28, o coronel Vadim Astafiev, porta-voz da circunscrição militar sul russa, os sistemas de mísseis S-400 podem abater simultaneamente vários alvos a uma distância de até 400 quilômetros e a uma altura de até 30 quilômetros.

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    A Rússia tem enviado novos equipamentos militares à Crimeia constantemente desde que a anexou da Ucrânia em 2014.

    A tensão na região aumentou desde que Moscou inaugurou, em maio passado, a ponte da Crimeia, que une a península à Rússia. Depois de sua abertura, os russos redobraram as inspeções dos navios ucranianos. A medida foi considerada por Kiev como um bloqueio, de fato, dos seus portos na região.

    Lei marcial

    O parlamento da Ucrânia aprovou na segunda-feira, 26, a implantação da lei marcial nas regiões de fronteira com a Rússia, depois das tensões. A lei provisória valerá por trinta dias, a partir de 28 de novembro.

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    A medida dará ao governo poderes extraordinários sobre a sociedade civil. Segundo o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, a lei deverá aumentar a proteção de seu país diante do crescente risco de uma ofensiva terrestre russa.

    (Com Reuters e EFE)

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