O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao ingressar no auditório da Cúpula da Ação Climática, evento das Nações Unidas para o qual não havia confirmado sua presença e cujo tema ele tem tratado com desprezo. Trump permaneceu em silêncio por poucos minutos e seguiu para outro evento da ONU sobre o direito à liberdade religiosa, a prioridade de sua agenda em Nova York nesta segunda-feira, 23.
Na ONU, a ausência do líder americano chegara a ser comentada pelo secretário-geral da organização, António Guterres, em seu discurso de abertura da Cúpula da Ação Climática, cujo objetivo será alcançar compromissos políticos em favor de ações para conter o aquecimento global. Trump chegou enquanto discursava o quarto orador, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Ouviu em seguida o pronunciamento da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e deixou o auditório.
A breve passagem de Trump pelo auditório pode ter várias interpretações, menos a de mudança de seu comportamento em relação aos temas ali tratados. O presidente americano anunciou a retirada de seu país do Acordo de Paris sobre Mudança Climática, de 2015, embora ainda não tenha oficializado a medida.
Seu governo mudou a orientação dos Estados Unidos no estímulo às fontes renováveis de energia e recriou estímulos à produção de petróleo e de carvão. m campanha de reeleição, o republicano também tem expressado repetidamente suas dúvidas a respeito do consenso científico sobre a ação humana como principal causa do aquecimento global – outra certeza embasada na Ciência que ele insiste em duvidar.
No encontro Chamado Global para a Proteção à Liberdade Religiosa, Trump anunciou o desembolso de mais 25 milhões de dólares por seu governo para o reforço de ações nessa área. Em discurso, apelou para a comunidade internacional proteger o direito das pessoas de seguir suas crenças, particularmente as cristãs, segundo a rede de televisão CBS News.
“Os Estados Unidos foram fundados sobre o princípio de que nossos direitos não vêm do governo. Eles vêm de Deus”, declarou.
À rede de televisão conservadora Fox News, o pastor americano Robert Jeffress, da Primeira Igreja Batista de Dallas, no Texas, elogiou Trump por ter abandonado a discussão sobre “um problema imaginário” para tratar de uma questão “real”.
“Esta é a primeira vez que um líder discursa na ONU sobre perseguição religiosa. Um terço do mundo vive sob perseguição, e é notável que este presidente escape de uma cúpula sobre Mudança Climática da ONU sobre um problema imaginário para discursar sobre um problema muito muito real de perseguição global aos crentes”, afirmou.
(Com EFE e AFP)