A procuradora-geral do estado de Nova York abriu um processo contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e três de seus filhos nesta quarta-feira, 21, alegando “vários atos de fraude e deturpação” por mais de uma década.
O processo, aberto em um tribunal estadual em Manhattan, acusou a Trump Organization de irregularidades na preparação das declarações anuais de condição financeira de Trump entre 2011 e 2021. Dentre os acusados estão Ivanka Trump, Donald Trump Jr. e Eric Trump, além do ex-diretor financeiro da empresa, Jeff McConney.
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Em um documento com mais de 200 páginas, a procuradora Letitia James alegou que a fraude afetou todos os aspectos dos negócios do ex-presidente, incluindo suas propriedades e campos de golfe. Além disso, a Trump Organization enganou credores, seguradoras e autoridades fiscais ao inflacionar o valor de suas propriedades usando avaliações enganosas.
“Com a ajuda de seus filhos e altos executivos da Trump Organization, Donald Trump inflou falsamente seu patrimônio líquido em bilhões de dólares para enriquecer injustamente e enganar o sistema”, disse James em comunicado.
A repórteres, a procuradora-geral disse que está tentando fazer com que os réus desistam de todos os benefícios obtidos através da fraude, estimados em US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão). Além disso, o processo visa impedir que Trump e seus filhos possam administrar outras empresas em Nova York e que a Trump Organization se envolva em novas transações imobiliárias.
Em resposta, o ex-presidente negou qualquer irregularidade e descreveu a investigação como uma caça às bruxas “com motivações políticas”. Em comunicado à rede CNN, sua advogada, Alina Habba, seguiu pela mesma linha e disse que “o processo está focado apenas no avanço da agenda política da procuradora-geral, uma vez que ela usou sua autoridade para se intrometer em transações completamente legais”.
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O anúncio desta quarta é o mais recente desenvolvimento de uma investigação que está em curso há três anos liderada por James, que teve início depois que o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, testemunhou perante o Congresso que o republicano inflacionou o valor de certos ativos para obter empréstimos melhores de bancos, enquanto subvalorizou outros para obter benefícios fiscais.
Após uma longa batalha judicial, os advogados da procuradora conseguiram fazer com que o ex-presidente fosse intimado a depor. No entanto, ele se recusou a responder todas as perguntas.
Esse não é o único processo judicial enfrentado por Trump após deixar a presidência dos Estados Unidos, em 2021. Em agosto, o FBI realizou uma busca em sua propriedade na Flórida como parte de uma investigação criminal sobre o desaparecimento de registros presidenciais, incluindo arquivos confidenciais.
Ele enfrenta também uma investigação criminal na Geórgia, ligado às tentativas de anular o resultado das eleições no estado, além de um outro processo fiscal contra a Trump Organization, este movido pelo promotor público de Manhattan, Alvin Bragg.
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O julgamento da empresa está programado para outubro e a acusação aponta pagamentos de benefícios extras aos funcionários. Seu ex-diretor financeiro de longa data, Allen Weisselberg, se declarou culpado e testemunhará contra a organização.