Em um claro sinal de que o segundo encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se dará logo no início de 2019, cada um declarou hoje (27) estar disposto a visitar o outro. As iniciativas de Moscou e de Washington ignoram as duras críticas sofridas por Donald Trump por ter se reunido com Vladimir Putin no último dia 16, em Helsinque, e os rumos da investigação federal sobre a influência russa nas eleições americanas de 2016.
“Estamos dispostos a convidar o presidente Trump a Moscou. Estou disposto a ir a Washington”, afirmou Putin à imprensa em Johannesburgo, onde participa da reunião de líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
A Casa Branca respondeu que Trump “espera receber o presidente Putin em Washington depois do primeiro dia do ano, e está disposto a visitar Moscou se receber um convite formal”.
Putin disse que as reuniões bilaterais, como a que teve com Trump na Finlândia, são úteis. Ele elogiou seu colega “por sua grande qualidade de tentar cumprir suas promessas junto aos eleitores americanos”. Não especificou quais delas.
Ambos demonstraram uma inesperada compatibilidade durante a entrevista à imprensa que concederam ao final do encontro de Helsinque. Em especial, sobre as acusações de ingerência russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Putin negou que a interferência tenha ocorrido. O americano disse não ter razões para duvidar da declaração do colega russo, mesmo quando questionado se acreditaria mais em Putin ou nas agências de inteligência americanas, que investigam o caso.
Trump foi recebido em Washington com uma saraivada de críticas da oposição democrata e, especialmente, de sua base republicana. Por essa razão, recuou em sua intenção de reencontrar-se com o presidente russo ainda neste ano.