Donald Trump dará ao Pentágono seis meses para que implemente totalmente a proibição, anunciada em julho, do recrutamento de transgêneros nas forças armadas do país.
De acordo com o New York Times, a expectativa é que um memorando da Casa Branca seja enviado ao Departamento de Defesa nos próximos dias. O documento deve autorizar que o secretário de defesa Jim Mattis expulse militares transgêneros não habilitados — segundo critérios ainda não especificados — a cumprir missões longas ou se estabelecer em zonas de guerra.
O veto de Trump, comunicado subitamente por meio do Twitter em 26 de julho, foi uma quebra no caminho institucional que uma decisão como essa geralmente percorre. Segundo o NYT, oficiais da Casa Branca e militares de alta patente foram pegos de surpresa e tiveram de correr para desenvolver a política a partir do tuíte.
“As nossas Forças Armadas devem se concentrar na vitória decisiva e avassaladora, e não podem ser prejudicadas com os enormes custos médicos e com a perturbação que implicariam os transgêneros”, argumentou Trump na rede social.
Um grupo de militares trans entrou com processo contra a proibição em um tribunal de Washington após o anúncio.
Exército, marinha e aeronáutica ficaram abertos “com efeito imediato” aos transgêneros em junho de 2016 por decisão do ex-presidente Barack Obama, mas seu recrutamento iniciaria apenas em janeiro de 2018.
Em 2016, o número de transgêneros militares oscilava em entre 1.300 e 6.600, dentro de um universo de 1,3 milhão de integrantes do corpo militar, de acordo com um estudo encomendado pelo Pentágono.