Rudy Giuliani, advogado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje (30) que há abertura para uma reunião com o procurador especial Robert Mueller, mesmo que envolva algumas questões sobre a alegada obstrução da justiça na investigação federal sobre uma possível interferência da Rússia na eleição de 2016. Giuliano afirmou que as negociações continuam com o escritório de Mueller sobre as condições para uma entrevista.
Segundo o representante de Trump, a equipe do presidente queria um encontro limitado a questões envolvendo supostas ligações entre a campanha de Trump e a Rússia na eleição de 2016.
Giuliani, porém, disse a um programa da emissora americana CBS que Trump pode se dispor a abordar “algumas questões” sobre obstrução de alguma forma. A decisão sobre essa reunião deve ser tomada nesta ou na próxima semana, segundo o advogado.
Trump insistiu ontem (29) que Mueller possui “conflitos de interesse” e não poderia conduzir as investigações, uma vez que os dois tiveram uma relação de negócios.
“Será que Robert Mueller falará algum dia sobre seu conflito de interesse em relação ao presidente Trump, incluindo o fato de que nós tivemos uma relação comercial muito desagradável e polêmica, eu o recusei como chefe do FBI (um dia antes de ser apontado como procurador especial e [James] Comey é seu amigo próximo?”, escreveu o presidente.
James Comey, também mencionado no tuíte, foi demitido como diretor do FBI em maio de 2017 por Trump e, desde então, foi muito crítico com o presidente.
A mensagem é a primeira vez que Trump detalha publicamente suas vagas denúncias a respeito da existência de conflitos de interesse do procurador especial. Em janeiro passado, o jornal The New York Times publicou que Trump tentou demitir Mueller em junho de 2017, mas recuou depois que o assessor da Casa Branca Don McGahn ameaçou renunciar se ele fosse adiante em sua decisão.
O NYT disse que Trump citou três conflitos de interesses que, segundo ele, desqualificariam Mueller para continuar sua investigação.
Os supostos conflitos incluem: uma disputa sobre as taxas de sócios no Clube Nacional de Golfe, de propriedade de Trump; o trabalho para um escritório de advogados que uma vez representou o genro do presidente Jared Kushner; e uma reunião para ser diretor do FBI um dia antes de ser nomeado procurador especial.
(Com Estadão Conteúdo e AFP)