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Trump confia mais em Putin que em inteligência dos EUA, diz ex-vice do FBI

Andrew McCabe afirmou que presidente rejeitou conselhos das agências de segurança americanas

Por Da redação
Atualizado em 18 fev 2019, 14h22 - Publicado em 18 fev 2019, 10h09
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  • O ex-diretor interino do FBI, Andrew McCabe, acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de confiar mais nas informações recebidas pela Rússia sobre o programa nuclear norte-coreano do que na própria inteligência americana.

    Ao programa 60 minutes, da emissora americana CBS, McCabe afirmou ainda que integrantes do alto escalão do Departamento de Justiça discutiram remover Trump do poder, após a demissão do então diretor do FBI, James Comey, em maio de 2017.

    McCabe era vice-diretor da polícia federal americana e foi apontado como substituto de Comey após sua destituição. No comando do FBI, ordenou a expansão das investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e sobre as suspeitas de obstrução de Justiça pelo presidente.

    O programa foi exibido no domingo 17. Na entrevista, o ex-vice-diretor afirmou que o presidente americano rejeitou conselhos das agências de segurança americana sobre a ameaça representada pelos mísseis da Coreia do Norte e chegou a dizer: “Eu não me importo. Eu acredito em [Vladimir] Putin”.

    Segundo McCabe, Trump fez os comentários durante uma reunião privada sobre o poder balístico do regime de Pyongyang, quando Comey ainda era chefe do FBI. O ex-diretor admitiu, contudo, que não estava presente no encontro e que soube das supostas declarações apenas por meio do seu superior.

    “Essencialmente, o presidente disse que não acreditava que os norte-coreanos tivessem a capacidade de nos atingir aqui nos Estados Unidos com mísseis balísticos”, disse. “E ele não acreditava nisso porque o presidente Putin lhe dissera que, na verdade, ele não têm esses mísseis”, completou McCabe.

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    James Comey foi demitido por Trump por ter insistido em levar adiante as investigações do FBI sobre a interferência da Rússia, particularmente na vitória do republicano em 2016.

    Destituição de Trump

    McCabe também afirmou que autoridades do Departamento de Justiça discutiram em 2017 recrutar membros do gabinete para invocar 25ª emenda da Constituição – que trata da sucessão ao cargo de presidente e remover Trump do poder.

    Segundo ele, o secretário-adjunto do órgão, Rod Rosenstein, sugeriu usar uma escuta em reuniões que ele tivesse com Trump para gravar declarações que pudessem ser comprometedoras.

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    McCabe disse ainda que decidiu abrir uma investigação contra Trump por obstrução à Justiça por temer ser demitido antes que o chamado “caso Rússia” avançasse.

    “Preocupava-me muito deixar o caso sobre a Rússia com uma base absolutamente consolidada para que, caso me demitissem, não pudessem encerrá-lo ou fazê-lo desaparecer sem deixar rastros”, disse.

    Posteriormente, o “caso Rússia” passou para as mãos do promotor especial Robert Mueller. McCabe acabou sendo demitido pelo Departamento de Justiça em março de 2018. Segundo ele, a demissão foi uma tentativa de desacreditá-lo como testemunha.

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    Trump reagiu com fúria à entrevista de McCabe e afirmou no Twitter que o ex-vice-diretor do FBI se “finge de anjinho” quando, na verdade, é “um ator no ‘caso Rússia’, uma marionete de James Comey” e uma figura ligada à democrata Hillary Clinton.

    “A esposa de McCabe recebeu MUITOS DÓLARES das pessoas de Hillary pela sua campanha e ele fez vista grossa para ela. McCabe é uma vergonha para o FBI, uma vergonha para o nosso país”, escreveu o presidente americano em uma série de mensagens no Twitter.

    Ele foi demitido por mentir, e agora sua história fica ainda mais enlouquecida”, afirmou ainda nesta segunda-feira, 18. 

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    O Departamento de Justiça considerou como “imprecisas” as afirmações de McCabe. Em comunicado, o órgão afirmou que Rosenstein nunca autorizou qualquer gravação do presidente e que o secretário-adjunto não acredita haver bases para invocar a 25ª emenda da Constituição contra Trump.

    (Com EFE)

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