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Trump apela à Suprema Corte para que anule condenação em caso de suborno

Ex-presidente dos EUA foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais por pagamentos feitos à ex-atriz pornô Stormy Daniels

Por Da Redação
Atualizado em 3 jun 2024, 19h37 - Publicado em 3 jun 2024, 17h45

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo em suas redes sociais à Suprema Corte, de maioria conservadora por 6 cadeiras a 3, nesta segunda-feira, 3, para anular a condenação no caso de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Ele foi considerado culpado em todas as 34 acusações por falsificar registros comerciais para esconder transferências feitas a Daniels, com quem teve um affair em 2006, de forma a evitar que notícia fosse a público durante a corrida presidencial de 2016.

Mais uma vez, Trump criticou o veredito do júri, composto por doze cidadãos americanos comuns, como parte de um esquema do Partido Democrata com a Justiça para minar sua candidatura à Casa Branca. A sentença final será emitida pelo juiz Juan Merchan, de Nova York, em 11 de julho, a menos de uma semana da Convenção Nacional Republicana. Ainda que improvável, Trump poderá cumprir pena em uma prisão estadual. É a primeira vez que um presidente dos EUA, em exercício ou não, é condenado por um crime.

“A ‘Sentença’ por não ter feito nada de errado será, convenientemente para os fascistas, 4 dias antes da Convenção Nacional Republicana”, escreveu Trump na rede social Truth Social, da qual é dono. “Uma promotoria de esquerda radical apoiada por Soros, que concorreu com uma plataforma de ‘Eu vou pegar Trump’, reportando-se a um juiz local ‘em exercício’, nomeado pelos democratas , que está ALTAMENTE CONFLITUOSO, tomará uma decisão que determinará o futuro de nossa nação?”

Segundo sondagem realizada pela emissora americana ABC com o instituto de pesquisa Ipsos, 50% dos eleitores americanos concordavam com o veredito, contra 27% que se opunham à deliberação. Para 49% dos entrevistados, Trump deveria encerrar a campanha para retomar o controle da Casa Branca — uma decisão que não deverá ser acatada pelo ex-presidente, que diz ser vítima de uma perseguição judicial e política. O número é ainda maior entre aqueles que não gostam de Biden e Trump, chamados de “odiadores duplos”: 65% apoiam o veredito e dois terços são contrários à continuação do republicano no páreo.

+ ‘Ninguém está acima da lei’, diz Biden após condenação de Trump

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Relembre o caso

A ação no tribunal de Nova York está ligada à descoberta de um suposto esquema ilegal durante a campanha presidencial de 2016, que levou Trump à Casa Branca, cujo objetivo seria blindar o republicano de “má publicidade” e preservar sua imagem perante o eleitorado. Um dos elementos desse esquema seria evitar que viessem à tona informações sobre um encontro sexual entre o bilionário e a atriz pornô Stormy Daniels, que havia ocorrido dez anos antes, logo após ele ter se casado com Melania.

Segundo os promotores, Trump e sua equipe decidiram oferecer US$ 130 mil (cerca de R$ 460 mil na cotação da época) a Daniels para comprar seu silêncio sobre o affair, um acordo fechado apenas doze dias antes da eleição. Porém, ele fez isso por meio de um “aviãozinho” – seu fiel advogado e espécie de “faz-tudo”, Michael Cohen, que transferiu o dinheiro por meio de uma empresa de fachada. O trâmite foi registrado enganosamente como “despesas legais” com o advogado, Cohen, configurando crime.

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