O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira a criação de um comando militar unificado para o espaço, cujo objetivo será garantir o domínio do país no cosmos, diante de eventuais ameaças de países como China e Rússia.
“Agora vamos tratar o espaço como uma região independente com um novo comando de combate geográfico unificado”, disse Trump ao anunciar o “Spacecom”.
“O estabelecimento deste 11º comando de combate é um momento histórico”, destacou Trump em uma cerimônia em Washington. “O Spacecom vai garantir que a supremacia dos Estados Unidos no espaço jamais seja questionada ou ameaçada”.
Este novo comando vai supervisionar os satélites e as aeronaves de grande altitude em um terreno de combate com o status equivalente aos dos centros de comando dos Estados Unidos no Oriente Médio e na área do Pacífico.
Para o presidente, se trata de combater aqueles inimigos que “atacam os satélites americanos, que são tão importantes para as operações na guerra e para nosso estilo de vida”.
Apesar de o departamento de Defesa já ter uma unidade da Força Aérea enfocada no espaço, este novo comando vai ressaltar a importância dos sistemas especializados e dos treinamentos específicos para este cenário.
O general da Força Aérea John Raymond, que chefiará o Spacecom, disse que os adversários dos Estados Unidos já se concentram em como lutar no espaço em um eventual conflito de ampla envergadura.
Trump confirmou ainda a criação de uma “Força do Espaço”, que se tornará o sexto braço das Forças Armadas, somando-se ao Exército, Marinha, Força Aérea, Fuzileiros e Guarda Costeira.
A “Força” será formada a partir da USAF (Força Aérea), que supervisiona desde os anos 1950 as operações militares no espaço.
A missão do Spacecom será diversa: dissuadir, defender, propor uma capacidade de resposta eficaz de combate espacial e formar combatentes para a guerra no espaço, assinalou o Pentágono.
“Hoje somos os melhores do mundo no espaço, mas nosso nível de superioridade diminui. Queremos avançar rápido e seguir na liderança”, assinalou John Raymond.
As ameaças vão de interferências nas comunicações e satélites GPS até um ataque de míssil terra-ar contra um satélite, “como fez a China em 2017”, declarou o comandante do Spacecom.
O comando trabalhará com o chamado “Five Eyes”, que reúne os serviços de Inteligência de EUA, Nova Zelândia, Grã-Bretanha, Canadá e Austrália; e com Alemanha, Japão e França.
“Historicamente, não tínhamos a necessidade de aliados no espaço, que era um domínio secundário, mas agora se tornou algo muito importante”, destacou o general Raymond.
“O espaço não será nosso calcanhar de Aquiles”, avaliou Steve Kitay, subsecretário de Defesa encarregado de assuntos espaciais.
Interrogado sobre eventuais investigações envolvendo a vida extraterrestre, Kitay declarou que “o Spacecom e a Força do Espaço se concentrarão na vida na Terra”.
(Com AFP)