Em entrevista à emissora NBC News, na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confessou ter pensado nas investigações sobre a interferência russa quando tomou a decisão demitir James Comey. O diretor do FBI, afastado na segunda-feira, era responsável por analisar a tentativa do Kremlin de afetar o pleito do ano passado e suas possíveis conexões com a campanha republicana.
“Quando eu decidi fazer [demitir Comey], disse a mim mesmo: ‘Você sabe, essa coisa da Rússia com Trump é uma história inventada, uma desculpa dos democratas por terem perdido uma eleição que deveriam ter ganhado’”, afirmou o presidente à NBC News. Na conversa com o jornalista Lester Holt, o presidente disse ainda que conversou com o então diretor do FBI em três ocasiões, quando foi assegurado de que não estava sob investigação.
Os comentários entram para a lista de contradições que surgiram entre o magnata e equipe da Casa Branca nos últimos dias. Segundo seus assessores, a decisão pela saída de Comey foi baseada em sua suposta má condução da investigação sobre os e-mails da ex-secretária de Estado Hillary Clinton e não tinha qualquer conexão com a interferência russa.
O magnata também voltou a ir contra a afirmação de seu secretário de Imprensa, Sean Spicer, e do vice-presidente Mike Pence de que optou pela demissão após conselho da Procuradoria Geral. “Eu já ia demitir Comey, foi minha decisão”, disse Trump. “Eu ia demiti-lo independentemente de qualquer recomendação”, insistiu.
Aprovação
Uma pesquisa realizada pela NBC News, divulgada ontem, revelou que 54% dos americanos consideraram “inapropriada” a demissão do diretor do FBI por Trump. O resultado se alinha com outro levantamento, do Instituto Gallup, que coloca a desaprovação em 55%. Ambos apontam que 38% dos entrevistados concordaram com a estratégia do presidente.