Um tribunal de Israel rejeitou nesta terça-feira, 10, o pedido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para adiar o início de seu julgamento por corrupção, previsto para 17 de março.
Com a negativa da Justiça israelense, a audiência ocorrerá dentro do período em que o Knesset, como é conhecido o Parlamento israelense, negocia a formação de um novo governo após as eleições de 2 de março — após dois outros pleitos inconclusivos nos últimos 11 meses. Netanyahu, que está no poder há 10 anos seguidos, corre o risco de perder seu mandato.
Os advogados de Netanyahu — o primeiro chefe do Executivo israelense acusado durante seu mandato — pediram ao tribunal que adiasse o início do julgamento por 45 dias, porque não receberam todo o material processual.
“A próxima audiência será apenas para ler” as acusações, indicou a decisão do tribunal. “A resposta a essas acusações pelo réu não é necessária nesta fase”, acrescentou a corte.
O premiê está sendo investigado por suborno, fraude e quebra de confiança em três casos diferentes. Se Netanyahu for condenado, ele ainda poderá apelar da decisão. O veredito final pode levar anos para ser publicado.
Após as eleições de 2 de março, nenhuma coalizão recebeu a maioria de votos necessária para nomear um primeiro-ministro e formar um governo. O bloco de direita de Netanyahu foi o mais votado, mas não tem os 61 assentos necessários para governar. A oposição, encabeçada pelo ex-chefe do Estado maior Benny Gantz, do Partido Azul e Branco, também não teve sucesso na tarefa.
Enquanto nenhum governo é formado, Netanyahu mantém o cargo de primeiro-ministro de forma interina. Deputados em Israel não gozam de imunidade parlamentar, nem mesmo o primeiro-ministro.
(Com AFP)