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Trenó vazio: Crise econômica prejudica venda de brinquedos na Argentina

Câmara Argentina da Indústria de Brinquedos estima que o valor dos produtos infantis aumentou em até 230%, a depender do tipo e da origem

Por Da Redação
22 dez 2023, 14h45
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  • Afundada em problemas econômicos, a Argentina passará por um Natal atípico. A inflação em 160,9%, desvalorização do peso pela metade e a aprovação de uma série de medidas controversas pelo recém-empossado presidente Javier Milei levaram ao disparo dos preços no país. Nem o Papel Noel será capaz de dar conta do problema: a Câmara Argentina da Indústria de Brinquedos estima que o valor dos produtos infantis aumentou em até 230%, a depender do tipo e da origem.

    “Alguns brinquedos nacionais aumentaram em paralelo à inflação, mas os importados passam de 200%”, explicou Julián Benítez, gerente de Relações Institucionais da Câmara, à agência de notícias francesa AFP.

    A Argentina tem cerca de 180 fabricantes de brinquedos, que empregam 8 mil pessoas. Além disso, dados da Câmara indicam que metade dos itens vendidos é de origem nacional.

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    Na tentativa de frear a inflação, Milei propôs cortes do gasto público no equivalente a 5% do PIB. Até o momento, ele revogou ou modificou ao menos 300 leis e regras, incluindo as da reforma trabalhista. O descontentamento cresceu, e a cidade de Buenos Aires foi tomada por panelaços e manifestações em frente à sede do Congresso.

    + Milei defende megadecreto em meio a protestos: ‘Aviso que vem mais’

    De bolsos vazios

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    Ruben Gerszonowicz, de 63 anos, é dono de uma loja de brinquedos na capital argentina há 20 anos. Ele observou como inevitável o prejuízo nas compras neste ano e relatou que os fregueses compram apenas os presentes mais baratos. Embora as remarcações de preços sejam diárias, reflexo da escalada inflacionária, o empreendedor tenta restringi-las para não assustar a clientela.

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    “Não posso subir [os preços] o tempo todo. Os fornecedores avisam antes de mandar a mercadoria que vai haver um aumento, mas eu não posso cobrar antecipadamente da minha clientela, porque [se não] ninguém compra”, explicou à AFP.

    Entre escolher brinquedos de procedência duvidosa ou árvores de Natal vazias, os argentinos optam pela primeira opção. Mas Julián Benítez, da Câmara Argentina da Indústria de Brinquedos, alertou que esses produtos podem oferecer riscos à saúde.

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    “Temos feito inspeções e encontramos muitos produtos ilegais ou de qualidade muito baixa”, afirmou. “Você fica enjoado só de cheirá-los devido aos plásticos.”

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