Maurice Lester Hall, que estava no carro com George Floyd no dia em que um policial de Minneapolis o sufocou com o joelho, disse na quarta-feira 3 que o amigo não resistiu à prisão e até tentou amenizar a tensão com a polícia.
Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Hall contou sobre os últimos momentos com Floyd, que ele afirma terem sido preenchidos por medo.
“Desde o início, ele estava tentando, da maneira mais humilde, mostrar que não estava resistindo de forma alguma”, disse Hall. “Eu podia ouvi-lo implorando: ‘Por favor, policial, qual é o motivo de tudo isso?'”
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Clique e AssineHall é uma testemunha-chave na investigação que acusa o ex-policial Derek Chauvin de homicídio doloso não premeditado, por ter se ajoelhado no pescoço de Floyd por quase nove minutos, enquanto ele dizia “Não consigo respirar”, e até mesmo depois que ele parou de responder. Os policiais alegaram que o uso de força foi necessário porque o suspeito resistiu à prisão.
O estado de Minnesota também acusa os outros três policiais que presenciaram a cena de cumplicidade com o crime. As acusações têm pena máxima de 40 anos na cadeia. Todos os quatro policiais foram demitidos no dia seguinte à morte de Floyd, quando o vídeo do ocorrido viralizou online.
O amigo de Floyd estava foragido até segunda-feira 1, quando foi detido pela polícia de Minnesota. Segundo uma autoridade do estado, Hall forneceu um nome falso no local de prisão de Floyd, porque tinha mandados pendentes de prisão por porte criminoso de arma de fogo, agressão doméstica e porte de drogas.
Ele foi encontrado em Houston e, segundo seus advogados, interrogado por 10 horas sobre a morte de Floyd. Na terça-feira, Hall voltou para casa depois de passar a noite detido. Agentes do Departamento de Apreensão Criminal de Minnesota, que está construindo o caso do estado contra Chauvin e os três outros policiais tentaram entrar em contato com Hall, sem sucesso. O amigo de Floyd disse que estava perturbado demais para atender ligações.
Hall e Floyd, ambos nativos de Houston, ficaram amigos em Minneapolis por meio de um pastor de igreja e se viam todos os dias desde 2016.
Os passageiros que estavam no carro com Floyd no dia 25 de maio, um homem e uma mulher, permaneceram não identificados até Hall falar com o Times na quarta-feira. Hall disse que não sabia o nome da mulher.
Após a morte de George Floyd, protestos contra o racismo entre as forças policiais tomaram os Estados Unidos. Manifestantes saem às ruas há nove dias seguidos e cerca de 10.000 pessoas foram presas desde que os protestos começaram no dia em que a cena do policial ajoelhando em seu pescoço viralizou.