O único terrorista que sobreviveu aos ataques em Paris em novembro de 2015 enfrentou seu primeiro dia de julgamento nesta segunda-feira, na Bélgica. Salah Abdeslam, contudo, se recusou a responder às perguntas da juíza.
O terrorista é julgado atualmente por sua participação em uma troca de tiros com policiais em março de 2016, antes de sua captura em Bruxelas. Futuramente, ainda deve ser julgado pelos atentados que deixaram 130 mortos na capital francesa.
Abdeslam se recusou a levantar-se diante da juíza responsável pelo caso belga e afirmou que não iria cooperar com as autoridades. “Eu não quero responder às perguntas”, disse, quando a juíza Marie-France Keutgen pediu que confirmasse sua identidade.
O francês de origem marroquina foi transferido durante a madrugada da prisão onde é mantido em Paris desde 2016 para Bruxelas. Mais de 200 agentes da polícia mantêm a segurança junto ao edifício do Palácio da Justiça, na capital belga. A audiência deve durar até sexta-feira.
Abdeslam fugiu de Paris após os ataques de 2015 e se escondeu em um apartamento no subúrbio de Bruxelas. Em março, durante uma operação policial no local, participou de uma troca de tiros com a polícia que deixou 3 agentes feridos e matou outro terrorista que acompanhava o francês. Salah conseguiu fugir pelos telhados das casas, mas foi capturado três dias depois.
O terrorista é julgado na Bélgica com outra mulher, Sofiane Ayari, uma tunisiana de 24 anos que foi presa ao seu lado em Bruxelas. Os dois podem ser condenados a mais de 40 anos de prisão se forem considerados culpados.
O francês é apontado como o responsável pela logística do grupo terrorista que atacou a cidade. Ele teria alugado um dos carros usados para a fuga dos terroristas e pagado por dois quartos de hotel onde os jihadistas estiveram pouco antes dos atentados.