Terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais da Turquia, o candidato ultranacionalista Sinan Organ declarou apoio nesta segunda-feira, 22, à campanha do presidente Recep Erdogan no segundo turno. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa em Ancara, na qual Ogan afirmou que sua campanha fez dos nacionalistas “jogadores-chave” na política turca.
“Acreditamos que nossa decisão será a decisão certa para nosso país e nação”, disse o político. “É importante que o presidente recém-eleito esteja sob a mesma [liderança] do Parlamento. A aliança [de Kilicdaroglu], por outro lado, não teve sucesso suficiente contra a Aliança do Povo, que está no poder há 20 anos, e não conseguiu estabelecer uma perspectiva que pudesse nos convencer sobre o futuro.”+ Pela primeira vez em duas décadas, Erdogan tem poder abalado
De acordo com Organ, a decisão de apoiar Erdogan foi baseada no princípio de “luta ininterrupta” contra o terrorismo. O apoio à candidatura ocorre em um momento em que os turcos voltam às urnas neste domingo para decidir quem lidera o país pelos próximos cinco anos: Erdogan ou o principal líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu.
O endosso de Ogan a Erdogan veio depois que ele realizou uma reunião com o líder turco em Istambul na sexta-feira, 19. No entanto, nenhuma declaração foi feita após a reunião até esta segunda-feira.
Segundo a professora associada da Universidade Isik, Seda Demiralp, o apoio de Oga a Erdogan já era esperado desde que ele sugeriu que promoveria “continuidade e estabilidade”, palavras-chave usadas na campanha de Erdogan.
“Em seu discurso de hoje, ele disse acreditar que tanto o Executivo quanto o Legislativo serem dominados pelo mesmo partido é bom para a estabilidade e justificou sua decisão com base nesse argumento”, disse Demiralp à agência de notícias Aljazeera
No primeiro turno, que ocorreu no dia 14 de maio, Erdogan recebeu 49,52% dos votos, enquanto seu adversário, o candidato de uma aliança de seis partidos, obteve 44,88%. O atual presidente ficou um pouco abaixo da maioria absoluta de 50% necessária para garantir a vitória.
Já Ogan terminou em terceiro com 5,17 por cento, o que levou alguns analistas a chamá-lo de um potencial “criador de reis” no segundo turno. O ex-acadêmico era candidato da ATA Alliance, liderada pelo Partido da Vitória, e era conhecido por sua postura anti-imigrante na Turquia, o maior país anfitrião de refugiados do mundo.
Nesta terça-feira, 23, o Partido da Vitória vai anunciar separadamente seu apoio no segundo turno. Alguns analistas afirmaram que não é certo que todos os apoiadores de Ogan vão votar em Erdogan.