Tanques israelenses cercam leste de Rafah e bloqueiam ajuda humanitária
As tropas de Netanyahu dominaram a principal estrada que divide a cidade, fazendo com que os EUA suspendessem o envio de armas a Israel
Tanques israelenses dominaram nesta sexta-feira, 10, a principal estrada que divide Rafah, cercando toda a metade leste da cidade no sul da Faixa de Gaza. Habitantes relataram à agência de notícias Reuters diversas explosões e tiros na região, resultado de combates intensos entre o exército de Israel e os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica.
Segundo os militantes, tanques israelenses pegos numa emboscada perto de uma mesquita na região leste de Rafah, indicando que as forças de Tel Aviv haviam avançado até os arredores da cidade.
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Ajuda humanitária
O controle das tropas israelenses sobre as rotas de acesso a Rafah, incluindo a passagem pelo Egito, bloqueou o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. As Nações Unidas afirmaram que suas operações de assistência podem cessar em poucos dias, à medida que os estoques de combustível e alimentos chegam ao fim.
“Por cinco dias, nenhum combustível e praticamente nenhuma ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza, e estamos raspando o fundo do barril”, disse o Coordenador de Emergência da Unicef na Faixa de Gaza, Hamish Young.
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Rafah era o último refúgio para quase 1,4 milhão de palestinos que se abrigaram na cidade para fugir dos bombardeios israelenses no restante do território palestino. Israel ordenou que 100 mil civis deixassem a parte leste da cidade ao sul de Gaza, o que a UNWRA, agência das Nações Unidas no local, descreveu como “deslocamento forçado”.
Reprimenda americana
Os ataques ao local que abriga mais de 1 milhão de palestinos fizeram com que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, suspendesse partes da assistência militar a Israel pela primeira vez desde o início da guerra. O chefe da Casa Branca reconheceu que “bombas americanas estão matando civis” em Gaza.
Depois do alerta americano, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou na quinta-feira 9 que Israel “lutaria com nossas unhas” em Rafah se fosse necessário. Ele também disse que espera que os desentendimentos com Biden sejam superados.
Israel alega que não pode vencer a guerra sem atacar Rafah, considerada o último reduto do Hamas. O grupo palestino reiterou que irá defender a região. Uma nova rodada de negociações de cessar-fogo acabou na quinta-feira sem dar frutos, deixando mais distante a possibilidade de um acordo para a suspensão das hostilidades e a libertação dos mais de 100 reféns israelenses ainda em cativeiro.