O Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina informaram neste sábado que a empresa americana Ocean Infinity encontrou o submarino argentino ARA San Juan, desaparecido há um ano nas águas do Atlântico.
A confirmação dos dois órgãos oficiais foi divulgada na conta da Marinha no Twitter, em mensagem que confirmou que no ponto de interesse informado pela Ocean Infinity, mediante observação realizada com um veículo submarino operado remotamente, a 800 metros de profundidade, houve uma identificação positiva do ARA San Juan.
Segundo indicou a Ocean Infítiny, que receberá 7,5 milhões de dólares pelo achado, o submarino estava localizado a 800 metros de profundidade, a 600 quilômetros da cidade de Comodoro Rivadavia, onde se tinha montado o centro de operações durante a busca.
Os trabalhos de busca no oceano, nos quais diversos países participaram nos primeiros meses, se delimitou a 430 quilômetros do litoral, em torno de uma área onde várias agências internacionais assinalaram que detectaram uma explosão horas depois do desaparecimento do submarino.
Foi no início do último mês de setembro que a empresa americana Ocean Infinity, contratada pelo governo argentino, retomou o rastreamento do leito marinho, mas também não teve sorte.
“O primeiro lugar onde eles começaram a buscar era onde ocorreu a última comunicação. Ali não estão. Nós começamos a pedir que comecem a buscar onde se escutaram os barulhos do casco”, afirmou na quinta-feira passada a irmã de Alberto Sánchez, tripulante do submarino, durante uma homenagem por ocasião do aniversário de um ano do desaparecimento.
O submarino argentino desapareceu no dia 15 de novembro do ano passado com 44 tripulantes a bordo, quando dirigia-se de Ushuaia a Mar del Plata.
O veículo participou de manobras no porto de Ushuaia e em 13 de novembro partiu de novo para Mar del Plata, trajeto no qual, a 400 quilômetros do litoral e dois dias depois, fez sua última comunicação.
Horas antes, o comandante havia alertado de uma falha provocada pela entrada de água por um conduto de ventilação que vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.
Embora a Marinha argentina tenha garantido em várias ocasiões que essa falha foi “corrigida” e que o San Juan continuou navegando para Mar del Plata, o certo é que seu rastro foi perdido e nunca chegou ao porto dessa cidade, onde deveria ter atracado em 19 de novembro.
No meio de uma grande incerteza, várias agências internacionais relataram uma explosão horas depois do desaparecimento do submarino, perto donde se perdeu a sua pista.
Foi então que começou uma operação de busca sem precedentes na Argentina, na qual participaram navios de Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos, e que finalmente terminou cinco meses depois.