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Sobreviventes de tiroteio marcham por maior controle de armas

Após tragédia em escola da Flórida, estudantes fazem viagem de 7 horas à capital do estado para pressionar o governo

Por Da redação
Atualizado em 21 fev 2018, 14h36 - Publicado em 21 fev 2018, 14h30
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  • Os sobreviventes do tiroteio em uma escola da Flórida, nos Estados Unidos, onde morreram 17 pessoas, marcham rumo à capital do estado, Tallahassee, para exigir um controle de armas mais rigoroso no país. Este é o primeiro protesto do movimento antiarmas organizado pelos jovens após o massacre.

    Cerca de 100 estudantes marcham em uma viagem de 7 horas, na qual pretendem se reunir com parlamentares e pedir que armas de assalto sejam proibidas. A pressão para alterações na legislação de armas nos Estados Unidos ganhou fôlego depois que Nikolas Cruz, de 19 anos, abriu fogo contra estudantes da Marjory Stoneman Douglas High School com um rifle semiautomático, no que ficou conhecido como o segundo pior massacre do país.

    O porte de armas no país é assegurado pela Segunda Emenda, que garante ao cidadão maior de 21 anos comprar uma arma de mão. Porém, a compra de rifles e espingardas é permitida para maiores de 18 anos. Os estados também têm liberdade para redigir suas próprias legislações sobre o porte de armas.

    Após o tiroteio surgiu o movimento #NeverAgain (Nunca mais), no qua estudantes sobreviventes buscam pressionar congressistas a debater o controle de armas, sendo a idade mínima para obtenção uma das pautas do movimento. O grupo também se levanta contra o peso da National Rifle Association (NRA) na política nacional, o mais poderoso lobby de armas no país que defende a livre venda de armas pessoais.

    O movimento já conseguiu apoio e doações de famosos como George e Amal Clooney, Steven Spilberg e Oprah Winfrey. Desde domingo, o movimento tem se organizado para realizar uma grande marcha a Washington no dia 24 de março, chamada de “Marcha por nossas vidas”.

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    “Estamos viajando para a nossa capital do estado para garantir que nenhuma dessas pessoas com as quais crescemos – que conhecemos toda a nossa vida – tenham morrido em vão”, disse a estudante Julia Salomone, de 18 anos, à BBC.

    Mudança de tom

    Desde segunda-feira, o presidente Donald Trump tem mudado o tom com relação à posse de armas. Na segunda-feira ele declarou apoio a um esforço bipartidário para melhorar o sistema nacional de verificação de antecedentes para a compra de armas. E na terça-feira ele pediu ao Departamento de Justiça para proibir a venda de um dispositivo para armas que aumenta a quantidade de disparos por minuto.

    O dispositivo, conhecido como “bump stocks”, permite transformar fuzis semiautomáticos em automáticos e pode ser comprado nos Estados Unidos por 100 dólares (cerca de 324 reais). O equipamento não foi utilizado no tiroteio da Flórida, mas esteve presente no massacre de Las Vegas, em outubro de 2017, onde morreram 59 pessoas.

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    Na terça-feira, legisladores da Flórida decidiram por 71 votos a 36 ir contra a proibição de armas semiautomáticas, causando revolta. Mas o senador estadual Bill Galvan, cotado como o próximo presidente da Casa local, sinalizou uma possibilidade de mudança pedindo um projeto de lei que eleve de 18 para 21 a idade legal para a compra de rifles de assalto, assim como se exige para armas de mão. A atual sessão parlamentar termina em 9 de março, o que deixa tempo suficiente para uma votação

    Trump deve realizar uma “sessão de consulta” com alunos e professores do ensino secundário na Casa Branca nesta quarta-feira.

    A posição dos políticos tem causado insatisfação nos americanos. Segundo uma pesquisa publicada nesta terça pelo Washington Post e a ABC, mais de seis em cada 10 americanos consideram que a Casa Branca e o Congresso não fazem o necessário para prevenir os cada vez mais comuns ataques a tiros maciços.

    (Com agências internacionais)

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