Fontes anônimas do serviço de inteligência americano afirmaram que o presidente Donald Trump não está recebendo informações sobre fontes e métodos de investigação para obtenção de dados sobre governos estrangeiros, reportou nesta quinta-feira o jornal The Wall Street Journal. Segundo a publicação, elas temem que Trump comprometa dados sigilosos da Segurança Nacional.
Deixar de repassar todas as informações à Presidência é uma prática rotineira, mas o ineditismo do fato está na motivação: desta vez, trata-se de uma profunda desconfiança em função dos contatos da equipe de Trump com o governo russo e das recentes críticas do líder americano às agências de inteligência do país, e não de proteção às fontes e estratégias de investigação, conforme o Wall Street Journal.
Nesta quinta-feira, o Banco Deutsche, que emprestou centenas de milhares de dólares a Donald Trump, realizou um exame interno na conta pessoal do presidente para avaliar a existência de alguma conexão suspeita com a Rússia, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Segundo a publicação, a filha Ivanka do presidente americano, o marido dela, Jared Kushner, que também é assessor de Trump, e a mãe de Kushner são clientes do Deutsche Bank. O levantamento interno do banco alemão não encontrou evidências de ligação financeira de Trump com a Rússia, mas a instituição vem sofrendo pressão para delegar a um auditor externo e independente a investigação sobre seus próprios negócios com o presidente americano.
Demissão
Na segunda-feira, Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano, pediu demissão do cargo. Ele não resistiu à pressão e ao constrangimento depois de revelações de que discutiu as sanções impostas pelos americanos à Rússia com o embaixador russo em Washington antes da posse de Trump, e de ter mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre essas conversas.