Pelo menos 16 crianças estão sequestradas há um mês por membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), depois que os extremistas lançaram uma sangrenta onda de ataques na província síria de As-Suwayda, no sul do país, informou neste sábado, 25, uma fonte da Human Rights Watch (HRW).
Os moradores da região continuam “preocupados com a falta de segurança e a lentidão do governo sírio” para responder à tragédia do último dia 25 de julho que deixou mais de 300 mortos, diz a investigadora para a Síria da HRW, Sara Kayyali.
A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, que cita os residentes de As-Suwayda, calcula em 27 o número de pessoas que continuam retidas pelo EI em uma área desértica situada no leste da região.
Entre os sequestrados, há pelo menos 16 crianças com idades entre sete e quinze anos, detalhou a HRW.
“A libertação dos sequestrados não deveria ser uma condição do sucesso das negociações”, indicou Kayyali, que esclareceu que “a HRW não pode comentar se as negociações são algo bom ou não, mas o que está claro para nós é que, segundo a lei internacional, os civis sequestrados têm que ser libertados imediatamente”.
Segundo HRW e o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o governo sírio e os membros do EI continuam com as negociações para que, enfim, seja efetuada a libertação dos sequestrados.
Por sua parte, o Observatório destacou hoje que há “30 sequestrados” que se encontram “em paradeiro desconhecido há um mês”, quando aconteceu o que qualificou como “o ataque mais sangrento do EI contra As-Suwayda desde o início da revolução síria”, em 2011.
Demora em resolver o caso
No último dia 30 de julho, o diretor do Observatório, Rami Abdul Rahman, afirmou que quatro sequestrados pelo EI conseguiram escapar e dois foram assassinados pelos jihadistas.
Além disso, afirmou hoje em comunicado que uma mulher morreu enquanto estava retida “por circunstâncias desconhecidas” e que outro homem sequestrado foi executado, sem dar mais detalhes.
Segundo o Observatório, cuja sede está no Reino Unido, mas que conta com uma ampla rede de colaboradores, existe um descontentamento entre a população da minoria drusa, que tradicionalmente apoiou às autoridades sírias, devido à “demora do regime” em resolver o caso.
Por esse motivo, o xeque da comunidade religiosa drusa em As-Suwayda ordenou a formação de um comitê de negociações “para acompanhar o caso dos sequestrados”, disse a ONG.
Os sequestros aconteceram durante uma onda de atentados e ataques do EI contra civis e contra posições das tropas governamentais em As-Suwayda nos quais morreram 135 civis, segundo cálculos do Observatório.