O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, toma posse neste domingo, 10, sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas acompanhado por uma recheada comitiva bolsonarista. Além do próprio Jair Bolsonaro (PL), seus filhos Eduardo e Flávio, deputado federal e senador, respectivamente, e sua esposa, Michelle, viajarão a Buenos Aires. Ao lado deles, cerca de 50 políticos aliados também testemunharão a transferência de poder, incluindo os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os governadores de Goiás e de Santa Catarina, Ronaldo Caiado (União Brasil) e Jorginho Mello (PL), também deram um retorno positivo a Milei. No campo dos deputados confirmados, saltam os nomes de Paulo Mansur (PL-SP), Milton Leite Filho (União Brasil-SP), Gil Diniz (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Zé Trovão (PL-RS), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Osmar Terra ( MDB – RS) e Hélio Lopes (PL-RJ).
Acompanhando a trupe, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogerio (PL-RO), Marcio Bittar (União-AC), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Jorge Seif (PL-SC), Jaime Bagattoli (PL-RO) e Wilder Moraes (PL-GO) comparecerão ao evento que marca o início do novo mandatário na Casa Rosada. Em meio a polêmicas declarações de Milei, que chamou Lula de “presidiário comunista”, o petista optou por enviar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, em seu lugar.
Quem vai, ou não, à solenidade
Dias após a declarada vitória de Milei, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou um telefonema com seu homólogo argentino, no qual o parabenizou pela ascensão, mas declinou a presença na cerimônia de posse. Para representá-lo, o democrata mandará uma delegação composta por Marc R. Stanley, embaixador dos EUA na Argentina; Carlos Monje, subsecretário de Políticas de Transportes, Departamento de Transportes; Andrew E. Light, secretário adjunto de Energia para Assuntos Internacionais, Departamento de Energia; e Juan Sebastian Gonzalez, assistente especial do Presidente e diretor sênior para o Hemisfério Ocidental, Conselho de Segurança Nacional e Casa Branca.
Também não há sinais de que o ex-presidente americano Donald Trump, uma inspiração de Milei, aterrissará em Buenos Aires nos próximos dias. Ao longo da corrida presidencial, Milei foi comparado ao republicano e a Bolsonaro em razão de suas falas polêmicas. Do outro lado do globo, o presidente da China, Xi Jinping, também atestou sua ausência, e enviará o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, Wu Weihua, para o evento.
Na França, o embaixador de Paris em Buenos Aires, Romain Nadal, não o presidente Emmanuel Macron, assistirá a solenidade. Espera-se, ainda, que o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteja presente na cerimônia. Entre os já confirmados estão o esquerdista Gabriel Boric, presidente do Chile, o conservador Luis Lacalle Pou, líder do Uruguai, e o rei Filipe VI de Espanha. O chefe do partido espanhol de extrema direita Vox, Santiago Abascal, também confirmou comparecimento.
A cerimônia
A agenda deste domingo começa com uma sessão da Assembleia Legislativa, presidida pela primeira vez pela vice-presidente Cristina Kirchner. Em seguida, serão nomeados os legisladores que participarão das comissões protocolares internas e externas, responsáveis por dar as boas-vindas o novo mandatário e sua vice, Victoria Villarruel, advogada de 48 anos.
Às 10h30, o Regimento de Granadeiros General San Martín buscará Milei a cavalo, no Hotel Libertador. Eles serão acompanhados por representantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica no caminho rumo ao Congresso, com duração prevista de 30 minutos, onde o ultradireitista subirá a escadaria da esplanada em direção ao Salón Azul, para encontrar com Villarruel. A dupla assinará os “livros de honra” do Congresso.
Eles serão conduzidos, então, à Assembleia Legislativa para a cerimônia de investidura, em que ocorre a famosa troca de faixa presidencial com o atual presidente, Alberto Fernández. Por fim, acredita-se que Milei romperá com a tradição de destinar um discurso aos políticos para agradecer seus apoiadores, dando jus à fama de político imprevisível.