A agência estatal de notícias da Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira, 28, que o líder do país, o ditador Kim Jong-un, recebeu fotos da Casa Branca, do Pentágono e de um porta-aviões dos Estados Unidos na base naval de Norfolk, tiradas por um recém-lançado satélite espião. Após passar décadas sob a vigilância de governos e analistas estrangeiros, o regime norte-coreano parece ter o objetivo de poder retribuir a espionagem.
Na semana passada, a Coreia do Norte comunicou que lançou com sucesso – após uma série de falhas nos meses anteriores – o seu primeiro satélite de reconhecimento. De acordo com Pyongyang, a finalidade do dispositivo é monitorar os movimentos militares dos seus principais inimigos, os Estados Unidos e a Coreia do Sul, descritos como “principais regiões-alvo”.
Desde que foi lançado, a KCNA, mídia estatal, informou que o satélite fotografou cidades e bases militares na Coreia do Sul, Guam e Itália, além da capital dos Estados Unidos agora.
“Quatro porta-aviões nucleares da Marinha dos Estados Unidos e um porta-aviões britânico foram vistos nas fotos”, afirmou a reportagem da KCNA, referindo-se às imagens que Kim revisou nesta terça.
Até agora, porém, Pyongyang não divulgou nenhuma das fotografias. Analistas e governos estrangeiros não têm certeza da potência real do novo satélite – embora especialistas externos tenham confirmado que ele está em órbita. A Coreia do Sul, que recém adiou o lançamento de seu próprio satélite espião, disse que não conseguiu verificar as capacidades da Coreia do Norte no campo dos satélites.
Não há razão para duvidar que o satélite seja eficaz. No entanto, para que seja útil, por exemplo, em uma guerra, especialistas afirmam que a Coreia do Norte precisaria de múltiplos dispositivos no ar, o que deve demorar.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul condenaram o lançamento do satélite espião como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que proíbem qualquer uso de tecnologia balística.