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Rússia nega “nuvem de radiação”, mas não apresenta dados sobre explosão

Acidente em base militar no início de agosto leva medidores a registrarem aumento de 16 vezes na radiação em comparação ao nível normal

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h40 - Publicado em 20 ago 2019, 17h05
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  • O governo russo tachou de “absurda” a informação de que uma nuvem de radiação tenha se formado no norte da Rússia após a explosão em uma base militar na Sibéria, onde a radiação detectada foi de 16 vezes acima do normal. Negou-se, porém, a entregar os dados para a Organização do Tratado Abrangente de Proibição a Testes Nucleares (CTBTO).

    O secretário-executivo da CTBTO, Lassina Zerbo, denunciou previamente que várias estações de monitoramento de radioatividade na Rússia deixaram de transmitir dados após o acidente. Zerbo publicou no Twitter um mapa com o deslocamento “potencial” da nuvem que teria sido gerada após a explosão.

    Na imagem, é possível ver uma mancha de radioatividade que se expande com o tempo até chegar a cobrir vastos territórios nos Montes Urais, na Sibéria Ocidental e até no Cazaquistão.

    “É essencial lembrar que entregar dados de nossas estações nacionais, que são parte do sistema internacional de monitoramento, é inteiramente voluntário para qualquer país”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, nesta terça-feira, 20.

    A autoridade da CTBTO só cobre o Tratado Abrangente de Proibição a Testes Nucleares ou moratórias nacionais de testes, acrescentou Ryabkov. O tratado foi adotado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 1996, mas ainda não entrou em vigor porque alguns países ou não o assinaram ou não o ratificaram.

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    O acidente

    No dia 8 de agosto, ocorreu uma explosão que vitimou cinco cientistas em uma base militar russa próxima a Severodvinsk, cidade próxima do ártico onde a Rússia concentra seu aparato militar. De início, o governo em Moscou limitou-se a dizer que “não houve emissões de substâncias nocivas à atmosfera” após o acidente. Porém, pouco tempo depois, a Agência de Meteorologia Russa e autoridades locais informaram que houve um aumento de até 16 no nível de radiação se comparado com o habitual para aquela região.

    As especulações sobre a natureza do acidente se voltaram para o míssil Burevestnik (Albatroz) de propulsão nuclear, cuja fabricação foi anunciada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 2018 em seu discurso sobre o estado da nação. A Rosatom, estatal de energia atômica, disse que a explosão ocorreu enquanto os engenheiros realizavam o teste de uma “fonte de energia de isótopo radioativo”.

    Antes mesmo que o aumento nos níveis de radiação fossem divulgados, as farmácias relataram que a busca por pastilhas de iodo, substância que ajuda a diminuir os efeitos da exposição a radiação, aumentou na região.

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    O teste militar ocorreu após a Rússia e os Estados Unidos anunciarem o fim do tratado de desarmamento INF, que aboliu o uso, pelos americanos e russos, de mísseis terrestres com alcance de 500 a 5.500 quilômetros. Nesta terça-feira, 20, Washington realizou o primeiro teste com míssil de médio alcance desde a Guerra Fria e Moscou advertiu sobre uma nova escalada militar.

    (Com EFE e Reuters)

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