O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta sexta-feira, 14, que a Rússia não mostra sinais de mudança de rumo na guerra travada contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado. O comentário foi feito após o encontro de ministros das Relações Exteriores, incluindo diplomatas russos e chineses, no Fórum Regional da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ARF) em Jacarta, na Indonésia.
“Não ouvi nada do ministro das Relações Exteriores (Sergei) Lavrov que sugerisse qualquer mudança de direção quando se trata do que a Rússia está fazendo na Ucrânia”, disse a repórteres.
O secretário de Estado americano destacou, ainda, que o governo russo estaria mais interessado em culpar os Estados Unidos pelo o apoio às tropas ucranianas do que em propor caminhos diplomáticos para a resolução do conflito. Em dezembro do ano passado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já havia defendido que o fornecimento de armas pelos americanos “levam ao agravamento do conflito” e “não são um bom presságio para a Ucrânia”.
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O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, compartilhou o posicionamento de Blinken ao relatar que Lavrov havia negado “agressivamente” o pedido de que soldados russos se retirassem do solo ucraniano, reforçando a ideia de que o governo de Vladimir Putin permanece com as mesmas intenções do início da guerra.
Na quarta-feira, Lavrov afirmou que a batalha seguiria seu curso até que o Ocidente “desistisse de seus planos de preservar seu domínio” e do “desejo obsessivo” de derrotar a Rússia como forma de fortalecer sua hegemonia ao redor do globo.
“Por que o confronto armado na Ucrânia não chega ao fim? A resposta é muito simples – continuará até que o Ocidente desista de seus planos de preservar seu domínio e superar seu desejo obsessivo de infligir à Rússia uma derrota estratégica nas mãos de seus fantoches de Kiev”, explicou na ocasião.
Segundo sua porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, o ministro russo não teria planos, portanto, de participar de reuniões com os representantes americanos enquanto estivesse em Jacarta. Em contrapartida, ele participou de um encontro com o diplomata chinês Wang Yi para fortalecer “a comunicação e a coordenação estratégicas” entre os dois países, como informou o Ministério das Relações Exteriores da China.
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Ao contrário dos Estados Unidos, o governo de Xi Jinping estreitou laços com Putin em uma “parceria sem limites”, firmada às vésperas da invasão russa à Ucrânia. Além da guerra em curso, a rivalidade sino-americana também assumiu protagonismo no Fórum, sendo acompanhada pela crise em Mianmar e os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte.