Rússia lança enxurrada de mísseis e drones contra Ucrânia; ao menos 5 morrem
Volodymyr Zelensky diz que se trata de 'um dos maiores ataques' contra cidades ucranianas e a rede elétrica do país, com 15 regiões atingidas
A Rússia lançou “um dos maiores ataques” contra a Ucrânia desde o início da guerra, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta segunda-feira, 26. De acordo com ele, mais de 100 mísseis “de vários tipos” e cerca de outros 100 drones Shahed, de fabricação iraniana, atingiram 15 regiões em todo o país, provocando danos à rede energética e deixando milhares de pessoas no escuro. Até agora, pelo menos cinco pessoas foram confirmadas mortas.
Após os ataques, Zelensky mais uma vez pediu que seus aliados no Ocidente permitam que o país use armas doadas pelos membros da Otan contra a Rússia. “A Ucrânia não pode ser restringida em suas capacidades de longo alcance quando os terroristas não enfrentam tais limitações”, disse ele.
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A Força Aérea ucraniana disse ter detectado dezenas de mísseis e drones visando quase todas as regiões do país, desde áreas ao leste, perto da linha de frente de Kharkiv e Dnipro, até a cidade portuária de Odesa, no sul do país, incluindo ainda a capital, Kiev.
“Terroristas russos mais uma vez atacaram a infraestrutura de energia”, escreveu o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, em seu canal no aplicativo de mensagens no Telegram. Pelo menos 15 regiões foram alvos de uma combinação de drones, mísseis de cruzeiro e mísseis hipersônicos Kinzhal, ele acrescentou.
Shmyhal comunicou também que a empresa nacional de energia, a Ukrenergo, foi forçada a implementar cortes de energia de emergência para estabilizar o sistema. Kiev e Dnipro estão entre as várias cidades que registraram interrupções no serviço.
Ofensiva iminente
A Ucrânia estava se preparando para um grande ataque há semanas, em retaliação à incursão do Exército ucraniano na região russa de Kursk, na fronteira entre os países — a primeira invasão da Rússia desde a II Guerra Mundial.
O enxame de mísseis e drones veio horas depois que o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu que Belarus retirasse o que descreveu como um acúmulo “significativo” de forças na divisa com o território ucraniana. Kiev também relatou que ex-mercenários do Grupo Wagner, dissolvido após uma insurreição contra o Kremlin no ano passado, estavam entre os soldados na fronteira e pediu a Minsk “para não cometer erros trágicos por pressão de Moscou”.
Infraestrutura de energia
Ao longo da guerra, a infraestrutura energética da Ucrânia foi alvo repetido da Rússia, na tentativa de usar cortes na eletricidade como arma de guerra, especialmente com a ausência de aquecimento nos invernos congelantes. Após o ataque desta segunda-feira, o Ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, disse que o setor “está na mira”.
Mortes foram registradas nas regiões de Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia, Volyn e Zhytomyr, de acordo com autoridades ucranianas. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas na região central de Poltava, onde uma instalação industrial foi atingida.
Em Kiev, o chefe da administração militar da cidade aconselhou a população a permanecer em abrigos. Em Kharkiv, serviços de emergência foram despachados para um número não divulgado de locais atingidos, de acordo com seu chefe militar regional.