Os ministros da Economia da França e da Alemanha alertaram nesta segunda-feira, 11, para uma possível extensão do corte de fornecimento de gás russo, já que o gasoduto Nord Stream 1 será fechado para manutenção, segundo a Rússia, por um período de 10 dias.
Embora o trabalho de manutenção tenha sido agendado com antecedência, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse em comunicado na segunda-feira que a Europa “não será dividida pelas ações da Rússia”, já que o fechamento do duto testa o objetivo da Europa de tornar-se independente do fornecimento de combustível russo.
No domingo, o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, alertou que a França deve agir com rapidez e eficiência para se preparar para um “corte total do gás russo”, instando os participantes de uma conferência econômica em Aix-en-Provence, no sul da França, a “serem criativos” e “pararem de levar dois ou três anos para fazer o que outras nações fazem em seis meses”.
A França deve acelerar a construção de um terminal flutuante de gás natural na costa do Atlântico, a oeste, e construir mais reatores nucleares, acrescentou.
Já Habeck disse à rádio pública Deutschlandfunk no sábado que é “simplesmente uma situação que não tivemos antes” e que “tudo pode acontecer”.
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“Pode ser que o gás volte a fluir, ainda mais do que antes. Pode ser que não venha nada. E, honestamente, sempre temos que nos preparar para o pior e trabalhar um pouco para o melhor”, afirmou.
Em 23 de junho, a Alemanha ativou a segunda fase de seu programa de emergência de gás de três etapas, chegando mais perto de um possível racionamento para as indústrias. A maior economia da Europa agora está oficialmente com falta de gás natural e intensifica um plano de crise para preservar os suprimentos.
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A Rússia é o segundo maior fornecedor de gás natural para a França, suprindo 17% das importações do produto em 2021, segundo o Ministério da Transição Ecológica da França.
Ao contrário de seu vizinho europeu, a Alemanha, a França depende predominantemente de energia nuclear, que representa 75% de sua produção de energia em 2020, acrescentou o ministério.