O governo russo está ampliando a censura a veículos de imprensa locais. Expressões como “ataque”, “invasão” e “guerra” em notícias que comentem o conflito na Ucrânia estão proibidas. De acordo com o Roskomnadzor, a agência reguladora de comunicações do governo russo, o termo aprovado é “operação militar especial em Donbass”.
Em um comunicado oficial, o órgão acusa o canal de televisão Dozhd, o jornal Novaya Gazeta, principal publicação independente da Rússia, editada pelo vencedor do Nobel da Paz Dmitry Muratov, e outros veículos de publicar “informações falsas, socialmente significativas e não confiáveis”. A punição para quem descumprir a ordem é o bloqueio imediato e uma multa que pode chegar a cinco milhões de rublos, valor equivalente a 60 mil dólares.
Ainda segundo o Roskomnadzor, as únicas informações confiáveis podem ser encontradas nos canais oficiais de comunicação do governo russo. Nenhuma informação foi dada sobre o número de soldados da Rússia mortos no ataque a Kiev. Do outro lado, a imprensa ucraniana afirma ter causado baixas pesadas ao exército invasor durante a ofensiva contra capital.
Putin tem apertado o cerco contra as comunicações. Além da ameaça feita aos veículos independentes, o Roskomnadzor afirmou que estabeleceria limites ao Facebook depois que a rede suspendeu a página da RIA-Novosti, a agência estatal de notícias, acusada de disseminar notícias falsas, e limitou a velocidade de conexão com outras redes sociais. Neste sábado, a plataforma de Mark Zuckerberg ampliou a lista de canais oficias russos suspensos.