“Por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, e com o objetivo de evitar vítimas entre a população civil de Ghuta Oriental, a partir do dia 27 de fevereiro, ou seja, amanhã, entre as 9 horas e as 14 horas [horário local], todo dia será feita uma pausa humanitária”, afirmou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu.
O ministro antecipou, além disso, que “para a saída de civis será aberto um corredor humanitário”, cujas coordenadas serão divulgadas “em breve”.
A medida foi anunciada após a adoção, no sábado, pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução exigindo “sem demora” um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria, enquanto mais de 550 civis foram mortos em oito dias de ataques do regime nesse reduto rebelde, localizado perto de Damasco.
O texto do Conselho de Segurança precisou de mais de quinze dias de negociações para obter a aprovação da Rússia, aliada do regime de Bashar Assad.
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Os ataques aéreos e os disparos de artilharia do regime em Ghuta Oriental continuavam nesta segunda-feira, apesar de aparentemente terem diminuído de intensidade, fazendo 22 mortos entre oscivis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Grupos opositores e organizações de direitos humanos denunciaram o uso de gás cloro em um ataque das forças sírias contra Ghuta Oriental.
A Syrian American Medical Society afirmou que dezesseis pacientes, entre eles seis crianças, foram internados em um hospital da região “sofrendo sintomas que indicam exposição a compostos químicos”. No Twitter, os Capacetes Brancos, uma organização de defesa civil síria, relataram que uma criança foi morta em um ataque químico na cidade de Shyfuniat.
Um líder do poderoso grupo rebelde islamita Jaich al-Islam, Mohamed Alluche, acusou o regime em sua conta no Twitter. Já Moscou denunciou nesta segunda-feira “informações falsas”.
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No dia anterior, o Ministério da Defesa havia culpado os insurgentes, afirmando que eles preveem “o uso de substâncias tóxicas para acusar as forças governamentais de usar armas químicas contra a população civil”.
As forças do regime de Bashar Assad iniciaram em 18 de fevereiro uma intensa campanha aérea contra Ghuta Oriental, último reduto controlado pelos rebeldes perto da capital síria.
Segundo a imprensa estatal, os ataques são um prelúdio de uma ofensiva terrestre para reconquistar esse território de 100 quilômetros quadrados, que fica próximo a Damasco.
A ofensiva, contudo, tem feito cada vez mais vítimas civis, apesar das constantes declarações do governo sírio garantindo que tem como alvo apenas terroristas e rebeldes. Grupos de monitoramento e ONGs de direitos humanos denunciam irregularidades nos ataques do Exército sírio desde o início da guerra.
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