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Rússia anuncia tomada de usina em Mariupol após rendição de combatentes

A região estava cercada por tropas russas desde o início do confronto, há quase três meses

Por Matheus Deccache Atualizado em 20 Maio 2022, 20h24 - Publicado em 20 Maio 2022, 17h22
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  • O ministro de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou nesta sexta-feira, 20, que as forças do país assumiram o controle total da usina siderúrgica em Mariupol, último reduto da resistência ucraniana na cidade, cercada há quase três meses. 

    De acordo com Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa, Shoigu informou ao presidente Vladimir Putin que a siderúrgica Azovstal foi “completamente liberada” dos combatentes ucranianos, informação ainda não confirmada pelo governo da Ucrânia

    + Sobe para 1.730 número de soldados ucranianos que se renderam em Mariupol

    A agência de notícias estatal russa RIA Novosti informou que 2.439 combatentes ucranianos escondidos no local se renderam desde a última segunda-feira, 16, incluindo mais 500 nas últimas 24 horas.

    A siderúrgica foi palco de intensos conflitos ao longo das últimas semanas. A resistência, composta de um grupo cada vez menor de ucranianos, foi alvo de uma série de ataques russos, até que o governo ucraniano ordenou aos soldados que abandonassem a defesa para salvar suas vidas. 

    O controle completo de Mariupol dá a Putin uma vitória extremamente importante, principalmente depois do fracasso em tomar a capital ucraniana, Kiev, fazendo com que o presidente mudasse o foco da guerra para o leste, onde estão as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. 

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    De acordo com analistas militares, a captura da cidade portuária tem mais importância simbólica do que, de fato, estratégica, uma vez que já estava sob controle do Exército russo e a maioria das forças na região já haviam sido realocadas para outros focos do confronto. 

    + Cerco em usina de Mariupol termina com retirada de militares ucranianos

    O objetivo de conquistar Mariupol se dá pelo fato de a região servir como um corredor terrestre entre a Rússia e a Crimeia, anexada pelos russos em 2014, além de privar a Ucrânia de um importante ponto portuário. 

    A cidade tem sido alvo constante do Exército russo desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e se tornou símbolo dos horrores do confronto. Estima-se que cerca de 100.000 moradores, de um total de 450.000, permaneçam no território, muitos deles em situação precária de falta de água, energia, aquecimento e alimento. 

    Essa não é a primeira vez que o governo russo anuncia a captura de Mariupol. Em 21 de abril, em uma aparição conjunta com Shoigu, Putin declarou que a “conclusão do trabalho de combate de libertação é um sucesso”. Naquele momento, o chefe de Estado russo ordenou que os militares selassem o complexo para que “nem mesmo uma mosca pudesse passar”.

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    Após uma série de bombardeios e ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na última segunda-feira que a retirada de suas tropas da siderúrgica foi feita para salvar a vida dos combatentes.

    “A Ucrânia precisa de heróis ucranianos para estar viva. Este é o nosso princípio”, disse. 

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    O complexo de Azovstal cobre 11 quilômetros quadrados com cerca de 24 quilômetros de túneis e bunkers, que serviram para retirar uma série de civis durante a abertura de um dos corredores humanitários. 

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