O governo regional da Catalunha anunciou neste domingo (madrugada de segunda no horário local), a vitória da independência no referendo com 90% dos votos. Segundo o porta-voz do Executivo local, Jordi Turull, de um censo eleitoral de 5,3 milhões de pessoas, foram contabilizadas 2,26 milhões de cédulas, das quais 2,02 milhões votaram pelo “sim”.
Até o momento, 7,8% dos cidadãos (176.000 votos) votaram “não” para a separação, 45.585 votaram branco e 20.129 nulo. Ainda faltam 15.000 cédulas para serem contabilizadas.
Mais cedo neste domingo, o chefe do governo regional, Carles Puigdemont, afirmou que enviaria “nos próximos dias” os resultados da votação ao Parlamento da Catalunha, “onde reside a soberania do nosso povo, para que possa agir de acordo com a lei do referendo”.
“Neste dia de esperança e sofrimento, os cidadãos da Catalunha ganharam o direito de ter um Estado independente sob a forma de uma república”, disse Puigdemont, em um pronunciamento televisionado, cercado por membros de seu governo.
Confrontos
Durante todo o dia, a Polícia espanhola fez de tudo, inclusive usar golpes de cassetete e tiros de balas de borracha, para tentar reprimir o referendo, proibido pelo Tribunal Constitucional, em uma região que é um dos principais pulmões econômicos da Espanha. De acordo com as autoridades catalãs, ao menos 884 pessoas e 33 policiais ficaram feridos.
Desde o momento de abertura das seções, a polícia e unidades anti-motins da Guarda Civil intervieram para apreender as urnas nas seções de votação em Barcelona e Girona, cidade de Puigdemont. Em diversos locais, policiais com capacetes forçaram as portas das seções diante de militantes que entoavam cânticos separatistas.
‘Não houve referendo’
Durante pronunciamento no Palácio de La Moncloa, em Madri, transmitido pela televisão, o premiê espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que “não houve um referendo de autodeterminação na Catalunha”. Para ele, as forças de segurança, criticadas pela violência ao reprimir a realização da consulta, “cumpriram com sua obrigação e com o mandado que tinham da Justiça”, que havia proibido o referendo de autodeterminação.